BIBLIOTECA

Caracterização de águas cinzas provenientes de chuveiro, em residência unifamiliar, com finalidade de reúso

Resumo

Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade de reúso não potável de águas cinzas oriundas exclusivamente dos chuveiros. O experimento foi realizado numa residência com quatro habitantes, em Maceió-AL. Foi efetuada caracterização quantitativa, com análises físico-químicas e microbiológicas de amostras da água de banho da residência, entre junho e agosto de 2015. Os parâmetros de qualidade levantados foram: cor aparente, turbidez, pH, alcalinidade total, condutividade elétrica, NTK, Cloretos, fósforo total, DBO5, DQO, SST, ST, sulfatos e Escherichia coli. Atualmente no Brasil não existem normas especificas para o reúso potável e não-potável, em razão disso, esse trabalho tomou como referência a NBR 13.969/1997 para tanques sépticos que possuem algumas diretrizes para o reúso não potável, e o Manual “Conservação e Reúso de Água em Edificações” do SINDUSCON (2005) que trata do tema. De acordo com os resultados obtidos, na avaliação qualitativa do efluente, todos os parâmetros, a exceção de cloretos, nitrogênio e pH, precisam passar por algum ajuste por meio de tratamento para que se adequem nas normas e diretrizes usadas como referência.

Introdução

A escassez de água em várias localidades do mundo suscita o debate em torno do tema há alguns anos. Dentre as alternativas apresentadas pelos especialistas para minimizar a escassez de água, é possível citar a água de reúso, pois diminui a captação nos mananciais e, consequentemente, as vazões de efluentes lançadas nos corpos receptores. Entretanto, o reúso de água, prioritariamente para finalidades não potáveis, deve levar em consideração aspectos da saúde pública. Para tanto, os padrões de qualidade da água para reúso são de suma importância. Em alguns países onde a prática do reúso da água já está bem estabelecida, esses padrões existem, mas no Brasil, ainda são incipientes.

Entende-se como reúso da água o aproveitamento do efluente após uma etapa de tratamento, com ou sem investimentos adicionais, prática que vem sendo adotada e considerada uma opção inteligente no mercado mundial, dentro do conceito de sustentabilidade dos recursos ambientais (COSTA, 2007).

O reúso urbano de esgoto doméstico deve ser, prioritariamente, para “fins menos nobres”, ou que não exijam qualidade de água potável, por motivos de segurança à saúde pública. Como exemplo de usos não potáveis é possível citar: irrigação de gramados, parques e jardins, lavagem de pisos, ruas e veículos automotivos, descarga de vasos sanitários, reserva de proteção contra incêndios, dentre outros (COSTA, 2007; BREGA FILHO; MANCUSO, 2003).

Para a escolha da melhor tecnologia de tratamento dos efluentes, com vistas ao reúso, é imprescindível o conhecimento de suas características qualitativas (físicas, químicas e microbiológicas), tendo em vista a possibilidade de reúso próximo à fonte geradora. Também há de se considerar a segregação desses efluentes domésticos, sobretudo as águas cinzas (efluentes de chuveiro, lavatórios, lavagem de roupas, banheiras, excluindo vaso sanitário e pia de cozinha), para o aproveitamento mais racional desse recurso, após tratamento adequado. Dentre os pontos de consumo de água de uma residência, o chuveiro responde por 28% do consumo total, sendo o seu efluente uma fonte potencial de água de reúso (ALMEIDA, 2007).

Este trabalho teve como objetivo avaliar as características qualitativas de águas cinzas residenciais provenientes de chuveiro, em residência unifamiliar, com vistas ao reúso não potável, com base em suas características físico-químicas e microbiológicas.

Autores: Marcio Gomes Barboza; Raphaella Machado Barbosa; Ivo Gabriel Guedes Alves; Brunna Mariane Neri Donato Moura e Ivete Vasconcelos Lopes Ferreira.

ÚLTIMOS ARTIGOS: