Atlas Águas: Segurança hídrica do abastecimento urbano
Estudo reúne informações sobre o diagnóstico e o planejamento do abastecimento de água das 5.570 sedes municipais
O ATLAS ÁGUAS é o resultado de um trabalho em parceria, desenvolvido sob a coordenação da ANA, que envolveu os prestadores de serviço de saneamento, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e diversas instituições federais, estaduais, municipais e privadas de todo o Brasil.
Voltado à segurança hídrica, o estudo reúne e apresenta informações sobre o diagnóstico e o planejamento do abastecimento de água das 5.570 sedes municipais.
A avaliação da vulnerabilidade dos mananciais foi estabelecida com um olhar cuidadoso e atento aos eventos hidrológicos críticos, incorporando na metodologia uma análise de risco mais detalhada, de forma a induzir ações imediatas de adaptação para lidar com as evidências das mudanças climáticas.
Nessa abordagem, além do tradicional balanço hídrico, foi considerado o componente resiliência do Índice de Segurança Hídrica do PNSH e as características de cada manancial.
No total, foram analisados 4.063 pontos de captações superficiais e 14.189 captações subterrâneas.
Para compor o quadro de segurança hídrica das sedes urbanas brasileiras, além da vulnerabilidade dos mananciais, a capacidade dos sistemas produtores de água e o desempenho dos sistemas de distribuição, mediante a cobertura da rede e o gerenciamento das perdas, também foram objeto de avaliação.
• 56% das sedes urbanas possuem Manancial não Vulnerável, o que corresponde a uma população atendida de aproximadamente 105,6 milhões de habitantes; 44% das sedes possuem manancial com vulnerabilidade, mas apenas 5% apresentam alta vulnerabilidade e atendem 5,8 milhões de habitantes;
• 39% das sedes apresentaram sistema produtor satisfatório, enquanto 42% requerem ampliações das unidades e os demais 19% necessitam de apenas adequações;
• 3.574 sedes possuem índice de cobertura maior que 97%, 725 possuem índice de cobertura entre 90 e 97%, 732 sedes possuem índice entre 70 e 90%, e as demais 539 apresentam índice de cobertura inferior a 70%;
• com relação ao gerenciamento de perdas de água, 22% das sedes urbanas possuem uso ineficiente dos recursos (Classe D); 13% apresentam necessidade de redução de vazamentos (Classe C); 19% apresentam potencial para melhorias significativas (Classe B) e para 46% são necessárias avaliações criteriosas para confirmar a efetividade de melhorias (Classe A2)
O investimento total em infraestrutura de produção e distribuição de água previsto pelo ATLAS ÁGUAS para incremento da segurança hídrica do abastecimento de água é de R$ 110,3 bilhões até 2035.
Quando se consideram custos com a reposição, em produção e distribuição, o total de investimentos passa a R$ 214,3 bilhões. Desse total, 76% são previstos para as regiões Sudeste e Nordeste. Do montante previsto, destacam-se:
• 29% do total estimado refere-se a investimentos em estudos, projetos e obras recomendadas para o sistema de produção, e 22% ao sistema de distribuição;
• Ceará e São Paulo são os dois estados que mais demandam investimentos em produção. No Ceará, os maiores investimentos estão relacionados com o abastecimento da Região Metropolitana, mas parte significativa refere-se ao Projeto Malha D’Água; em São Paulo, os investimentos mais relevantes são em infraestruturas para a Região Metropolitana e para polos urbanos do interior do estado;
• Os maiores investimentos em sistemas de distribuição estão concentrados na região Sudeste, liderados por São Paulo e Minas Gerais. Esses estados apresentam boa cobertura de rede, porém, abrigam elevados contingentes populacionais ainda a serem atendidos e valores elevados para a densidade de rede, o que eleva os custos para se atingir o pleno atendimento da população urbana.
Fonte: snirhANA
LEIA TAMBÉM: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA EXPANSÃO DO SANEAMENTO NO BRASIL