Resumo
Sistemas de tratamento capazes de remover corantes presentes em efluentes industriais tem sido alvo de estudos nos últimos anos. Isto se deve ao maior rigor das leis ambientais e da conscientização, além do grave problema ambiental gerado para a vida aquática e para a saúde pública, quando esses efluentes são lançados inapropriadamente nos recursos hídricos. Para minimizar problemas causados pelos corantes diversos pesquisas são desenvolvidas, tendo destaque a técnica de adsorção, que tem sido empregada pelas indústrias, por apresentar sucesso para uma remoção efetiva da cor, além de ser bastante eficiente e de fácil execução. O objetivo do presente estudo foi avaliar a adsorção dos corantes Rodamina B e Verde Brilhante, empregados no tingimento de Ágatas, utilizando como adsorvente o Carvão ativo. Para tanto, foi testado o efeito da variação da massa do adsorvente (0,1; 0,3 e 0,5g), quando a concertação dos corantes era de 100mg/L, além de, testado tempo de contato entre adsorvente e corante. Os resultados obtidos indicaram que a capacidade de adsorção e a remoção dos corantes Rodamina B e Verde Brilhante com 0,3 e 0,5g de adsorvente foram estatisticamente semelhantes, sendo possível remover 99% de Rodamina B e Verde Brilhante em 35 minutos de ensaio com 0,3g do adsorvente.
Introdução
Os corantes são substâncias com elevado potencial de aplicação nas mais diversas áreas.. São utilizados para colorir os produtos finais de indústrias têxteis, de pedras preciosas, couro, papéis, plásticos e alimentos. No Rio Grande do Sul, mais especificamente na região de Soledade, os corantes orgânicos Rodamina B, Verde Brilhante e Violeta Cristal são utilizados para o tingimento da Ágata, uma vez que o município é o maior produtor e exportador mundial desse material.
Para preparar o geodo para exportação são utilizados diversos processos de beneficiamento, dentre eles o tingimento, que é realizado para obter diferentes tonalidades do produto tornando-o mais atrativo para o mercado, entretanto, são gerados efluentes coloridos com concentrações de corantes variando de 20 a 200mg. L-1, conforme (HARTMANN e SILVA, 2010). Segundo Aksu e Tezer (2005), os efluentes coloridos, constituem um dos efluentes mais problemáticos a serem tratados, não somente por sua elevada demanda química e bioquímica de oxigênio, ou valores de sólidos suspensos e compostos tóxicos, mas também pela cor, que é o primeiro contaminante a ser reconhecido pelo ser humano.
Em Soledade são encontradas mais de 180 micros e pequenas empresas trabalhando no setor de gemas e joias. (HARTMANN e SILVA, 2010). Entretanto, Zanatta (2014) verificou no município que entre 2005 e 2012 houve a redução tanto no número de estabelecimentos formais do setor quanto no número de vínculos a eles associados. Tal fato se deve a presença da informalidade, principalmente quando se tem presente o processo de terceirização, o que acabou por transferir o ônus de tratar os resíduos gerados das grandes para as pequenas empresas, o que dificulta o controle do processo e o tratamento dos efluentes gerados.
A adsorção utilizando o carvão ativado é uma técnica mundialmente aceitável para tratamento de efluentes coloridos, pois apresenta alta eficiência e é de fácil operação. Entretanto,Crini (2006) destaca que diversos adsorventes vêm sendo estudados, dentre estes a biomassa proveniente de microalgas verdes e azuis vêm se destacando, uma vez que as microalgas são abundantes no meio ambiente e facilmente encontradas em muitos países nos ecossistemas aquáticos lênticos com excesso de nutrientes.
O presente trabalho faz parte de uma tese de doutorado, a qual realizará a remoção de corantes orgânicos provenientes do tingimento de ágata utilizando microalgas verdes e carvão ativo comercial. O objetivo desse trabalho foi apresentar e discutir os resultados obtidos com os testes preliminares utilizando carvão ativo comercial para remoção de Rodamina B e Verde Brilhante.
Autores: Ana Lúcia Denardin da Rosa; Carolina Felippsen Leser; Mariana Alves Menna Barreto; Elvis Carissimi e André Azevedo Machado.
