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Nova configuração de sistema anaeróbio com menor custo de implantação e melhor eficiência

Resumo

A maioria das estações de tratamento biológico de aguas residuárias são constituídas, por razões econômicas, de reatores anaeróbios precedidas de um pós-tratamento. A grande maioria desses Reatores Anaeróbios são do tipo conhecido como reatores de manta de lodo tipo UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) ou RAFA (Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente). Esses sistemas são providos de dispositivos capazes de separar de forma “adequada” o biogás, o liquido e os sólidos, liberando os dois primeiros e retendo os sólidos. Tais dispositivos são denominados de separadores trifásicos. Para estações de médio e grande porte esses separadores trifásicos oneram bastante o custo dos reatores e são de elevadas complexidades estruturais. Além disso, causam dificuldades operacionais possibilitando a formação de camadas espessas de sobrenadantes gordurosos que impedem a livre passagens dos gases gerados criando perdas de cargas internas obrigando os gases a buscarem outros caminhos preferenciais. Tem-se utilizado bicos aspersores com injeções de efluentes tratados para dissolverem a camada gordurosa. Acontece que esses bicos injetores, internos nos separadores trifásicos, entopem com frequência sendo trabalhosa a manutenção. Em função disso, a geração de odores não é evitada e a concentração de sólidos suspensos totais também fica a desejar. Em todas estações com reatores UASB de tratamento de águas residuárias que temos trabalhado, quando próximas a áreas habitáveis, como solução, tivemos que as cobrir para evitar o incomodo dos odores causados pela emissão do gás sulfídrico. Buscando uma solução para esses problemas, partimos para uma alternativa de reatores de manta de lodo de elevada altura, cobertos com membrana de PVC e excluindo os separadores trifásicos, que é o objeto desse trabalho. A altura elevada proporciona o surgimento de uma zona de decantação no nível superior do reator, produzindo um efluente tratado bem clarificado e com relativa baixa turbidez.

Introdução

São várias as concepções utilizadas hoje para tratamento de águas residuárias. Tem-se muitas alternativas, mas poucas analises comparativas. A partir de tal constatação, faz-se necessário que se investiguem novas soluções em busca de eficácia e de menores custos de execução e de operação. O presente trabalho contém estudos de uma unidade experimental – ETE experimental – instalada do lado de um reator UASB de 110 litros por segundo de capacidade. (Figura 1).

O afluente foi tomado de uma linha que abastece dois reatores após o tratamento primário (remoção de areia e sólidos grosseiros). Inserimos uma pequena bomba de fundo, operando no automático, que abastece a nossa unidade experimental, o que permitiu realizar os estudos comparativos. Essa ETE experimental não era com operação assistida e em alguns momentos foram observadas alterações no fluxo de alimentação, ocasionando algumas discrepâncias nos resultados de análises. As amostras foram coletadas periodicamente, tendo o sistema regulado nesse momento, o qual, na maioria das vezes, operava regularmente.

A unidade experimental é constituída como parte do processo de um reator de manta de lodo de 8 a 9 metros de altura, sem separadores trifásicos, com tempo de detenção em média de 6 a 8 horas, velocidades superficiais médias entre 0,5 a 0,7 m/h, com elevada zona de decantação devido a sua altura.

Autor: Antonio Carlos Braconi.

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