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Estudo comparativo da secagem natural de lodos de ETEs submetidos ao processo de centrifugação

Resumo

A fim de melhor gerir os espaços físicos tão disputados de uma ETE e de diminuir os custos de transporte para a destinação final do lodo, é importante que se conheça o menor volume atingido por uma massa úmida, e o teor de sólidos totais ou umidade gravimétrica correspondente, conforme esta massa perde umidade por secagem natural. Por outro lado, conhecendo-se a densidade do lodo para um determinado teor de sólidos ou umidade, pode-se conhecer a massa úmida ou seca de lodo que ocupa um determinado volume. O objetivo do presente trabalho é comparar a secagem natural de lodos gerados por reatores UASB em duas ETEs, após terem sido sujeitos ao desaguamento mecânico por centrífuga. Para tanto, curvas da variação relativa de massa, da variação relativa de volume, e curvas da densidade destes lodos, foram levantadas durante a secagem. Embora os lodos estudados sejam semelhantes, assim como o processo de tratamento a que se sujeitaram, as curvas de variação relativa de volume e densidade, durante a secagem destes lodos, foram diferentes, muito provavelmente, devido às diferenças das condições climáticas, no período que estes experimentos foram realizados. Curvas da variação relativa de volume destes lodos, em função da umidade gravimétrica, revelam valores de umidades gravimétricas (ou teores de sólidos totais), onde, a partir dos quais, o volume deixa de contrair em decorrência da perda de umidade.

Introdução

A quantificação do volume de lodo em uma estação de tratamento de esgoto (ETE) é importante em diversas etapas do tratamento do mesmo, como por exemplo, no descarte, após desaguamento, e na disposição final. Lodos que sofreram desaguamento podem permanecer por alguns meses em pátios de cura e secagem para a redução de patógenos em níveis aceitáveis, quando estes lodos são destinados à agricultura e/ou para a redução complementar de volume e massa, pela secagem natural (MIKI et al., 2002). Os custos de manuseio e transporte, para a destinação final, são normalmente calculados com base no volume da massa úmida. No entanto, muitas vezes se faz o cálculo com base na massa seca do lodo, para efeito comparativo entre as alternativas existentes (FERNANDES et al., 2001). Assim, a fim de melhor gerir os espaços físicos tão disputados de uma ETE e de diminuir os custos de transporte para a destinação final do lodo, é importante que se conheça o menor volume atingido por uma massa úmida, e o teor de sólidos totais ou umidade gravimétrica correspondente, conforme esta massa perde umidade por secagem natural. Por outro lado, conhecendo-se a densidade do lodo para um determinado teor de sólidos ou umidade, pode-se conhecer a massa úmida ou seca de lodo que ocupa um determinado volume. Entretanto, nas ETEs no Brasil, estas medidas, quando realizadas, são elaboradas de uma maneira bastante informal.

Trabalhos publicados no passado (MORETTO et al., 2012; MORETTO et al., 2013) levantaram as curvas da variação relativa do volume e da densidade de lodos, em função do teor de sólidos totais ou da umidade gravimétrica destes lodos, que são gerados na ETE CIC Xisto, Curitiba – PR. Esta ETE realiza tratamento de esgotos através de reatores UASB, cujo lodo descartado é desaguado mecanicamente por centrífuga. As amostras utilizadas para estes trabalhos foram coletadas em janeiro de 2012.

Mais recentemente, em novembro de 2015, novas amostras foram extraídas e acondicionadas de forma similar às amostras utilizadas nas pesquisas anteriores, com o intuito de realizar as curvas citadas acima. Porém, estas amostras foram obtidas na ETE Fazenda Rio Grande, município de Fazenda Rio Grande – PR. A referida ETE também realiza tratamento de esgoto através de reatores UASB, cujo lodo descartado é, igualmente, desaguado mecanicamente por centrífuga.

O objetivo geral do presente trabalho é comparar a secagem natural de lodos gerados por reatores UASB, após terem sido sujeitos ao desaguamento mecânico por centrífuga. Os objetivos específicos consistem em levantar curvas da variação relativa de massa, da variação relativa de volume, e curvas da densidade destes lodos, em função do teor de sólidos totais.

Autores: Sara Rachel Orsi Moretto; Sebastião Ribeiro Junior e Walmor Cardoso Godoi.

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