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Comparação entre métodos de dimensionamento de reservatórios para aproveitamento de águas pluviais

Resumo

A água é um recurso natural e imprescindível à vida que vêm se tornando limitado. Assim, questões sobre a conservação e preservação dos recursos hídricos são cada vez mais abordadas na atualidade. Neste sentido, o aproveitamento de águas pluviais constitui um sistema alternativo de abastecimento de água que pode ser aplicado para diminuir a utilização de água potável fornecida pela rede. Para um sistema como este, é indispensável a instalação de um reservatório para armazenamento da água pluvial captada. O presente trabalho teve como objetivo principal a comparação dos métodos de dimensionamento de um reservatório para um sistema de aproveitamento de água da chuva para um empreendimento em Itaboraí – RJ visando o reuso de água em bacias sanitárias e avaliação da viabilidade de sua utilização. Um levantamento pluviométrico foi realizado para a região, bem como o dimensionamento do reservatório por metodologias distintas a fim de serem comparadas posteriormente. Também, uma revisão bibliográfica foi realizada abordando os principais pontos relacionados à captação e armazenamento da água da chuva em edificações.

Introdução

A água é considerada o principal recurso natural, sendo indispensável para o desenvolvimento dos seres vivos e de inúmeras atividades humanas, tais como, as comerciais, industriais, agrícolas e culturais. Entretanto, a água tem sido degradada intensamente por essas mesmas atividades, gerando crise no abastecimento.

Duas situações contribuem consideravelmente para o déficit hídrico: o aumento populacional e o aumento das necessidades com o crescente aumento dos padrões de vida. Deve-se associar à limitação em quantidade a que ocorre em relação à qualidade das fontes de abastecimento de água, visto a poluição despejada nos recursos hídricos por meio de esgotos domiciliares e industriais não tratados, agrotóxicos das lavouras, entre outros.

Portanto, a água para consumo humano vem sendo considerada um recurso cada vez mais limitado. Muitas áreas com recursos hídricos abundantes, mas insuficientes para atender às demandas excessivamente elevadas, já sofrem restrições de consumo que afetam o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida (SAUTCHÚK, 2004). A situação tende a ser agravada considerando que a concentração populacional nas áreas urbanas se intensificou a partir da Revolução Industrial e a previsão é que até 2050 haja um aumento de 60% em relação a população urbana de 2014, resultando em 6,3 milhões de habitantes nessas áreas (UNITED NATIONS, 2014).

Assim, o aumento da demanda de água somado ao crescimento das cidades, a impermeabilização dos solos, a degradação da capacidade produtiva dos mananciais, a contaminação e o desperdício conduzem a um preocupante quadro em relação ao abastecimento público. Por isso, a necessidade de preservar os estoques mundiais de água, torna-se um caso de urgência pela incerteza quanto às tendências futuras do clima.
Torna-se fundamental a criação de políticas de conscientização da população sobre o uso racional da água, bem como providências quanto a formas mais adequadas de se manter o abastecimento em uma edificação. Na maioria das edificações, a água potável é utilizada para realização de todas as atividades, independentemente do uso a qual se destina. A evolução do conceito de conservação de água para o conceito de uso racional consiste na gestão, não somente da demanda, mas também na oferta de água, de forma que usos menos nobres possam ser supridos por água de qualidade inferior.

Desta forma, a redução do consumo através da reutilização da água é uma das diversas maneiras de minimizar a degradação do meio ambiente. Um dos métodos mais eficientes de reaproveitamento de água é através da captação da água da chuva que incide diretamente nos telhados das residências e edificações. Sendo reaproveitada para fins não potáveis, existe uma série de aplicações deste recurso, seja no consumo interno e externo das residências, na utilização industrial e também na agricultura.

O manejo e o aproveitamento de água da chuva para uso doméstico, industrial e agrícola estão ganhando ênfase em várias partes do mundo, sendo considerado um meio simples e eficaz para se atenuar o grave problema ambiental da crescente escassez de água para consumo (MAY, 2007).

A água da chuva é um recurso hídrico acessível a toda população, independente das condições econômicas e sociais, sendo uma fonte de água doce de uso não passível de cobrança, ainda. A gestão sustentável incluindo a reutilização de água, gera economia, diminui a demanda sobre os mananciais, reduz emissão de efluentes líquidos e amortece os alagamentos (NOSÉ, 2008).

Autores: Andréa Puzzi Nicolau e Dirlane Fátima do Carmo.

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