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Avaliação da remoção de coliformes termotolerantes em 11(onze) estações de tratamento de esgoto, no município de Petrolina-PE, Brasil

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar os resultados de remoção de coliformes termotolerantes a partir de coletas e análises laboratoriais em 11(onze) Estação de Tratamento de Esgoto –ETE, com diferentes configurações e tecnologias de tratamento, localizada no município de Petrolina, Pernambuco, Brasil.

A pesquisa foi realizada nos meses de agosto a novembro de 2016, com a realização de coletas do esgoto bruto e tratado nas ETE´s. Após a coleta, as amostras foram encaminhadas para o laboratório de esgoto da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), onde ocorreu à execução da análise de coliformes termotolerantes e a partir dos resultados foi possível avaliar a eficiência de remoção dessa bactéria que é indicadora da contaminação fecal de águas e efluentes.

As ETE´s apresentaram resultados satisfatórios de remoção de coliformes termotolerantes, apresentando as seguintes eficiências médias: ETE João de Deus (89,6%), ETE COHAB VI(92,3%), ETE Ouro Preto (99,0%) ETE COHAB IV (90,5%), ETE Loteamento Recife (99,4%), ETE Manoel dos Arroz, ETE Vila Marcela (89,51%), ETE Jardim Petrópolis (95,6%), ETE Centro (99,6%), ETE Antônio Cassimiro (99,4%) e ETE Dom Avelar (98,3%). Apesar, da alta eficiência na maioria das ETE´s, é necessário a avaliação da concentração de coliformes no esgoto tratado, como também avaliação do corpo receptor após o descarte do esgoto tratado para garantir que não haja efeitos adversos ao meio ambiente, nem a saúde pública

Introdução

Os constituintes do esgoto podem ser caracterizados em termos de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, como por exemplo, temperatura, pH, sólidos, orgânicos biodegradáveis, metais pesados, microorganismos, entre outros. As características biológicas do esgoto tratado são de importância fundamental no controle de doenças causadas por organismos patogênicos de origem humana. Os principais microorganismos encontrados em esgoto bruto incluem bactérias, fungos, protozoários, helmintos, algas, entre outros. (METCALF & EDDY, 2015).

Muitas espécies de bactérias que habitam o trato intestinal humano são inofensivas e rotineiramente eliminadas nas fezes, contudo alguns desses microorganismos que são excretados por humanos infectados ou por outros animais infectados por doenças. As bactérias de origem humana causam tipicamente doenças do trato gastrointestinal, como febre tifóide e paratifóide, disenteria, diarréia e cólera. As principais bactérias encontradas no esgoto doméstico são as dos gêneros Salmonela, Vibrio, Mycobacterium, Clostridium, Leptospira, Escherichia, Pseudomonas (METCALF & EDDY, 2015). Para indicar poluição fecal em um corpo d’água, e para medir a extensão dessa contaminação, analisa-se a presença de bactérias de origem fecal no mesmo. Os organismos mais utilizados como indicadores são as bactérias do grupo coliforme, que se dividem em totais e termotolerantes.

Segundo JORDÃO (1975), para se indicar a poluição de origem humana e mensurar a grandeza desta contribuição, adota-se as bactérias do grupo “coliforme termotolerante” (CT) como seu indicador. Esses tipos de bactérias que fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2° C em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal e são típicas do intestino do homem e de outros animais de sangue quente (mamíferos em geral), e justamente por estarem sempre presentes em grande número no excremento humano, da ordem de 100 a 400 bilhões de coliformes/hab.dia, são de simples detecção. Este grupo de bactérias é usualmente adotado como referência para indicar e medir a grandeza da poluição de origem humana.

A razão da escolha do grupo de bactérias coliformes como indicador de contaminação da água deve-se aos seguintes fatores: estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres humanos; sua presença na água possui uma relação direta com o grau de contaminação fecal; são facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis, em qualquer tipo de água; possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogênicas intestinais, por serem menos exigentes em termos nutricionais, além de ser incapazes de se multiplicarem no ambiente aquático e são mais resistentes à ação dos agentes desinfetantes. Os métodos mais utilizados para avaliação da densidade bacteriana nas amostras de esgoto tratado são realizados principalmente através das análises de tubos múltiplos e da membrana filtrante (FUNASA, 2013).

Nos últimos anos, em decorrência de maiores exigências legais e de maior fiscalização dos órgãos ambientais, as estações de tratamento de esgoto começaram a investir em sistema de desinfecção para que o efluente tratado tenha características adequadas para lançamento nos corpos receptores. Os processos de desinfecção são utilizados para se atingir um nível de destruição ou inativação de organismos patogênicos para minimizar o risco de surtos de infecção. Contudo, lagoas de maturação e de polimento, muitas vezes apresentam elevada eficiência de remoção de organismos patogênicos, pois esse tipo de lagoa possui baixa profundidade da lagoa, com intuito de elevar a penetração da energia luminosa na massa líquida, resultando em elevada eficiência da fotossíntese, maior concentração de oxigênio dissolvido e maior valor de pH. Esses fatores promovem a mortandade dos organismos patogênicos (CAVALCANTI, 2001).

Autores: Thaimara de Araujo Souza; Marcella Vianna Cabral Paiva; Silvia Mariana da Silva Barbosa; Enedina Louise Souza e Bárbara Ribeiro.

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