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O monitoramento de córregos urbanos despoluídos como ferramenta transformação da relação entre a sociedade e o poder público na busca da preservação ambiental dos corpos hídricos

Resumo

O Programa Córrego Limpo, concebido em 2007 com base na parceria entre a Sabesp e a Prefeitura do Município de São Paulo, prevê ações focadas em ampliação da coleta e exportação para tratamento dos esgotos gerados nas bacias hidrográficas dos córregos urbanos, contribuindo com a Universalização do Saneamento, saúde pública e, consequentemente, com a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Este Programa pode ser considerado como um exemplo no setor de saneamento e a prática de monitoramento implementada pela Unidade e descrita neste trabalho é de suma importância para o sucesso do mesmo. Este trabalho técnico tem como objetivo atuar na melhoria da gestão dos processos responsáveis por manter em boas condições os corpos d’água urbanos (córregos) participantes do Programa de Despoluição de Córregos – Córrego Limpo, estabelecido a partir de parceria entre a concessionária pública estadual de saneamento, Poder Concedente (Município) e Comunidade, parceria esta denominada “tripé da sustentabilidade”.

Introdução

Após benchmarking realizado em meados de 2012 em outra Unidade da companhia que realizava um trabalho semelhante de visitas semanais aos córregos, foi decidido em reunião de Análise Crítica implementar a prática de vistorias semanais nos córregos sob sua responsabilidade. Uma equipe com duas pessoas passou a percorrer semanalmente os pontos de coleta para uma inspeção visual, com o objetivo de manter o corpo d’água nas condições ideais para o dia da coleta oficial da amostra de DBO, realizada pela área de Controle Sanitário da Unidade.

Já nos primeiros meses de execução das vistorias semanais, foram identificadas em reuniões de análise crítica a necessidades de melhorias no processo. O principal problema encontrava-se na demora da apuração dos resultados mensais da coleta das amostras de DBO realizada pelo Controle Sanitário. A divulgação dos resultados era realizada entre o décimo quinto e o vigésimo dia do mês subsequente à medição, fato que tornava as ações corretivas para os problemas identificadas totalmente reativas, quando algum problema não era identificado na inspeção visual, a Unidade só conseguia.

Toda concepção da ideia, nasce desta necessidade dos operadores em obter informações qualificadas, precisas e em tempo real para uma gestão proativa do Programa de Despoluição de Córregos. Partindo desta constatação, nasce todo o movimento de mobilização e desenvolvimento da ideia, desde a gerencia, passando pelos encarregados e líderes de equipe, técnicos e agentes de saneamento, todos de uma certa maneira participaram do desenvolvimento.

Coube ao Corpo Gerencial da Unidade, a definição das diretrizes da prática, a captação e disponibilização dos recursos necessários, o Encarregado assumiu a responsabilidade pelo processo de aquisição dos equipamentos e a gestão das equipes de campo nas medições, a Engenheira ficou responsável pela análise e a gestão dos resultados como um todo, aos dois técnicos de campo foram passadas as responsabilidades de coleta, análise de resultados imediatos e diagnóstico de problemas identificados, restando ao técnico de informática, o trabalho de desenvolvimento do sistema de monitoramento e controle, no total, uma equipe de 07 profissionais estão diretamente envolvidos na concepção desta prática. Estimamos um investimento de aproximadamente R$ 207.000,00 para o início das operações. Distribuídos da seguinte forma:

Capturar

Quanto aos treinamentos, são necessárias aproximadamente 36 horas de capacitação para os técnicos que operam o equipamento de medição, incluindo o treinamento em campo, e mais 80 horas para o técnico em informática que desenvolve o software de controle.

O controle da prática está estruturado na sistemática de análise crítica implementada na Unidade desde 2012. A gestão em si é feita diariamente com os dados que são coletados e inseridos no sistema pelos técnicos de campo. Estes dados, assim como as ações tomadas quando necessário para a retomada das condições ideais de cada córrego com problema, ficam registrados em um banco de dados do sistema, para no final de cada mês, serem utilizados na análise crítica do processo. Este ciclo é fechado mensalmente na Reunião de Análise Crítica dos processos, onde são encaminhadas, se necessário, as ações de correção ou propostas de melhorias discutidas pelo grupo gestor.

Em resumo, a prática inova na gestão do Programa de Despoluição devido a integração do processo de visita aos córregos “zeladoria” com a tecnologia de medição “in loco” da DBO, pioneira na América Latina, gerando dados que alimentam um sistema interno de acompanhamento das condições dos corpos d’água. Ter acesso a estes dados antes das medições oficiais realizadas pelo laboratório responsável pela coleta e gerenciamento dos resultados do Programa, proporcionam a Unidade uma melhor gestão do processo que visa manter estes leitos despoluídos, trazendo ganhos importantes para a imagem da Unidade junto aos clientes que habitam o entorno dos córregos e a sociedade como um todo. Na figura abaixo apresentamos a estrutura da prática, com suas relações.

Autores: Maria Elizete de Lima Goncalves; Luiz Cláudio Gomes Pinto; Yara Maria Fernandes; Jedaias Honorato Solto e Fernando Roberto Cavalcante

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