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Ocorrência de metano no efluente de reatores UASBs e sua dissipação em caixa de distribuição de vazão de ETE operando em plena escala

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão a cerca da ocorrência de metano dissolvido em efluente de um reator UASB operando em plena escala, e sua dissipação em caixa de distribuição de vazão da ETE Várzea Paulista. Para a quantificação da concentração de metano dissolvido no efluente, foi utilizada a metodologia da múltipla extração do ‘headspace’ e análise do gás extraído através de cromatografia gasosa. Apesar de estudos recentes terem relatado concentrações de metano dissolvido na ordem de 20 mg/l, foi encontrado nessa investigação valores de até 6,5 mg/l, o que representa cerca de 60% da concentração de saturação do metano nas condições de operação do reator. Já o gás residual dissipado na caixa de distribuição de vazão apresentou concentrações médias de metano de até 8 %.

Introdução

O metano produzido nos reatores UASB pode ser parcialmente perdido junto com seu efluente final. Estima-se que essa perda representa de 30 a 40% de todo o metano produzido em reatores do tipo UASB. A “dissolução” do biogás (metano e outros gases) na fase líquida é um fenômeno que se origina no manto de lodo do reator.

O biogás gerado no manto de lodo, localizado no fundo do reator, e, por isso, a uma pressão mais elevada (equivalente à coluna de água acima da manta de lodo, em torno de 4 metros) forma bolhas que ao subirem aumentam de tamanho, até serem desprendidas em uma zona de menor pressão, onde o biogás é coletado (zona de baixa pressão, variando de 5 a 30 cm.c.a).

Porém, uma parcela do metano se mantém dissolvido no efluente e pode ser liberado para a atmosfera durante sua passagem por algum dispositivo físico que cause turbulência ou agitação do líquido, como caixas de passagem e de distribuição de vazão.

Nesse trabalho buscou-se investigar a ocorrência de metano dissolvido em efluentes de reatores UASB operando em plena escala, e sua dissipação em caixa de distribuição de vazão que recebe a vazão tratada nesse reator, com vistas a subsidiar estudos futuros de redução e recuperação de emissões fugitivas de metano.

Autores: Bruno Sidnei da Silva; Airton Checoni David; Marcelo Kenji Miki e Thiago Peixoto dos Santos.

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