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Os impactos da presença de agrotóxicos em cursos d’água no município de Buri – SP

Resumo

O presente trabalho versa sobre os defensivos agrícolas e sua interferência no meio ambiente, sendo que tal relação implica, inevitavelmente, diversas alterações na saúde humana, atingindo, assim, tanto o indivíduo em sua singularidade quanto o corpo social em que está inserido. Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral verificar, de forma indireta, se há presença de agrotóxicos nas águas superficiais do município de Buri – SP, além de averiguar a possível interferência de tais agrotóxicos na saúde humana. Especificamente, este estudo visa comparar a quantidade de agrotóxicos encontrada no ambiente pesquisado com o limite estabelecido pela legislação europeia e elucidar os problemas que tais agrotóxicos geram à saúde humana. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de cunho qualitativo, por meio da pesquisa bibliográfica e documental. Por fim, conclui-se que essas substâncias são encontradas em altas taxas nos ambientes estudados, o que ameaça a saúde nas esferas individual, público e ambiental.

Introdução

A água é um elemento fundamental para a manutenção dos ecossistemas, entretanto, a escassez e a degradação deste recurso são assuntos cada vez mais recorrentes. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil obtém aproximadamente 12% da água doce do mundo. Ainda assim, existem diversos fatores que podem alterar sua qualidade nas diferentes escalas de uma bacia hidrográfica (DING et al., 2016).

Entre esses fatores há dualidades: antrópicos e naturais. Nesse sentido, ações antrópicas acarretam prejuízos na qualidade da água de forma pontual (lançamentos de efluentes urbanos residenciais e industriais) e difusa (carreamento de insumos agrícolas), por meio da urbanização, industrialização e de determinados usos agrícolas (BORSOI et al., 2014).

No sistema natural também há fragilidades, das quais pode decorrer a alteração da qualidade das águas – como o efeito splash sobre o solo e o grau de inclinação das vertentes, os quais propiciam um acelerado processo de carreamento partículas para áreas mais baixas e a deposição e transporte de sedimentos aos cursos d’água. Dessa forma, aspectos antrópicos e naturais podem influenciar sobre a qualidade da água de determinada região (SINGH et al., 2009).

Todavia, é importante destacar que a influência antrópica sobre os recursos hídricos não implica somente a adição de sedimentos aos sistemas fluviais – conforme acontece com a influência natural – mas que, aliados a tais sedimentos, estão adsorvidos também os contaminantes, os quais alteram e degradam a qualidade da água de diferentes maneiras nos corpos hídricos (MERTEN, POLETO, 2013).

Considerando-se o uso e ocupação do solo, desde pequenas propriedades à extensas áreas agrícolas, a poluição difusa pode ocorrer de forma contínua, associando fatores naturais (precipitação, textura do solo e relevo) a fatores antrópicos, (agricultura intensiva, manejo inadequado de agrotóxicos e herbicidas), os quais serão determinantes frente às características e qualidade da água dos cursos d’água daquele ambiente.

Considerando-se o uso e ocupação do solo, desde pequenas propriedades à extensas áreas agrícolas, a poluição difusa pode ocorrer de forma contínua, associando fatores naturais (precipitação, textura do solo e relevo) a fatores antrópicos, (agricultura intensiva, manejo inadequado de agrotóxicos e herbicidas), os quais serão determinantes frente às características e qualidade da água dos cursos d’água daquele ambiente.

Dessa forma, considerando uma escala de análise em detalhe, o trabalho em questão tem como objetivo avaliar a presença de agrotóxicos em amostras de águas superficiais, com dados de 2018, disponibilizados pelo sistema de informação de vigilância da qualidade da água para consumo humano (SISAGUA), coletadas em cursos d’água do município de Buri, pertencentes à bacia hidrográfica do Alto Paranapanema, região sudoeste do Estado de São Paulo, de modo a avaliar o impacto do uso de agrotóxicos sobre os recursos hídricos e saúde humana.

Autores: Daniela Passos de Macedo e Cássia Maria Bonifácio.

 

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