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Planejamento e gestão integrada de recursos hídricos – Aplicações na região metropolitana de São Paulo – RMSP

Resumo

A Gestão e Operação de Recursos Hídricos em Empresas de Saneamento Básico é processo base para toda a cadeia de Captação, Tratamento e Distribuição de Água. Trata-se de fazer a gestão dos Reservatórios – Mananciais superficiais represados, em todos os seus aspectos: Quantidade da água, Qualidade da água e Conservação e Proteção Ambiental da respectiva Bacia de contribuição. Em uma região metropolitana com Reservatórios com diferentes características de ocupação, é necessário aplicar soluções de operação e manejo específicas. Ambientes urbanos requerem uma abordagem pragmática a respeito de seus recursos naturais, enquanto mananciais protegidos necessitam foco na preservação de seu entorno. Com o intuito de minimizar impactos do ordenamento urbano, do uso e ocupação do solo, dos múltiplos usos e prioridades dos recursos, dos planos ambientais e de saneamento, drenagem urbana e políticas de gestão e conservação, adotou-se uma abordagem ampla, de planejamento e gestão integrada e definiu-se uma metodologia ou “framework” para endereçar essas questões e por consequência elencar as ações prioritárias a serem tomadas objetivando a manutenção da qualidade da água dos recursos hídricos.

Introdução

A Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (Brasil) é a maior aglomeração urbana da América Latina com mais de 21 milhões de habitantes e está entre as seis maiores metrópoles do mundo. Com densidade demográfica de 2,6 mil habitantes por km², é quatorze vezes mais populosa do que a média do próprio Estado de São Paulo, de 181 habitantes por km².

A soma de fatores como atividade econômica, alta densidade populacional, ocupação desordenada e irregular do solo e localização geográfica (na cabeceira da bacia do Alto Tietê) resultam em baixíssima disponibilidade hídrica, em situação que pode ser comparada às realidades vivenciadas em regiões desérticas. A média anual de 160 a 200 mil litros per capital representa um décimo do valor indicado como crítico pela Organização das Nações Unidas (ONU) – que vai de 1,5 milhão a 2,5 milhões de litros por habitante/ano.

Tal restrição ao longo do tempo levou à busca de água em mananciais cada vez mais distantes e hoje impõe a necessidade de aprimoramento no planejamento e gestão dos recursos hídricos.

Neste ambiente de permanente escassez, fenômenos climáticos extremos como o ocorrido no biênio 2014-2015, com a mais severa estiagem que se tem notícia na RMSP, tornam ainda mais desafiadora a tarefa de manter a segurança hídrica.

Obter Água Bruta (água disponível nos Mananciais) na Quantidade e Qualidade necessários demanda tecnologia de operação e manejo adequado, além de das atividades de Conservação, Proteção e Recuperação de Mananciais. Tudo isso envolve uma grande necessidade de recursos e tecnologia cujo planejamento é essencial.

A necessidade de desenvolver uma metodologia, com uma abordagem integrada e ampla para alcançar as ações necessárias para a proteção e conservação dos recursos hídricos surgiu da crescente demanda por esses recursos cada vez mais escassos, caros e disputados na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP.

Autores: Suely Matsuguma e Mara Regina Samensato Ramos.

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