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Geração dos resíduos das estações de tratamento de água do estado de Pernambuco

Resumo

A qualidade da água destinada ao consumo humano deve ser uma prioridade dos governantes, gestores dos sistemas de abastecimento e dos consumidores. O uso de tecnologias mais específicas e com maior eficiência no tratamento, como a coagulação, geralmente está associado ao maior consumo de produtos químicos, gerando mais resíduos, formados por sólidos e precipitados químicos, que constituem uma massa de partículas orgânicas e inorgânicas, densa e viscosa, denominado lodo de ETA (SILVA et al. 2012). Este resíduo é classificado como um resíduo sólido não inerte pela NBR 10.004 (ABTN, 2004) e que a Lei Federal, nº 11.445 de 05/01/2007, estabelece diretrizes nacionais para o manejo adequado à saúde pública e à proteção do meio ambiente. Segundo o IBGE (2010), existem 5.564 municípios no Brasil, dos quais apenas 2.098 possuem ETAs, os quais totalizam cerca de 7.500 estações. Estas ETAs produzem, em média, 56.739.726 m3/dia, de água tratada que, em sua grande maioria, geram lodos cuja disposição ocorre em solos e corpos hídricos. Segundo Achon et al. (2013), essa disposição inadequada contraria a legislação vigente, pois provoca impactos ambientais negativos. O presente trabalho tem como proposta, abordar a geração e quantificação de lodos de ETAs, a partir das tipologias existentes no estado de Pernambuco, gerenciadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA, através da quantificação e coleta de dados das ETAs existentes no estado de Pernambuco; verificação da disposição geográfica por tipo de ETA em todo estado e estimar a produção de lodo em todas as ETAs existentes no estado.

Introdução

A preocupação com a qualidade da água destinada ao consumo humano deve ser uma prioridade dos governantes, gestores dos sistemas de abastecimento e dos consumidores. Segundo Lucentini et al. (2013), a Comunidade Europeia possui uma rígida legislação (Diretiva da Água Potável, DWD – 98/83/CE), que engloba  desde a proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas, até o monitoramento de parâmetros microbiológicos e químicos da água, com o objetivo de garantir a qualidade da água potável e a proteção da saúde humana.

Para Gheyi (2012), a crise de água, em termos quantitativos e qualitativos, é consequência do mundo em mudança, onde o crescimento populacional e a poluição ambiental têm andado juntos. A quantidade, e também a qualidade da água são influenciadas por diversos fatores, tais como: clima, geografia, topografia, geologia, e, principalmente, as atividades humanas. Os efeitos adversos que as atividades antrópicas têm exercido sobre os mananciais de abastecimento, impõem uma ameaça à saúde humana, exigindo o uso de tecnologias de tratamento de água, resíduos líquidos e sólidos.

Do ponto de vista do abastecimento de água, o uso de tecnologias mais específicas e com maior eficiência no tratamento, como a coagulação, geralmente está associado ao maior consumo de produtos químicos, gerando mais resíduos, formados por sólidos e precipitados químicos, que constituem uma massa de partículas orgânicas e inorgânicas, densa e viscosa, denominado lodo de ETA (SILVA et al. 2012). Este resíduo é classificado como um resíduo sólido não inerte pela NBR 10.004 (ABTN, 2004) e que a Lei Federal, nº 11.445 de 05/01/2007, estabelece diretrizes nacionais para o manejo adequado à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

Nesse contexto, destacam-se a produção, tratamento e disposição adequada dos lodos gerados nas ETAs. Esta é uma problemática que afeta todo o Brasil e principalmente as regiões Norte e Nordeste. Segundo o IBGE (2010), existem 5.564 municípios no Brasil, dos quais apenas 2.098 possuem ETAs, os quais totalizam cerca de 7.500 estações. Estas ETAs produzem, em média, 56.739.726 m3/dia, de água tratada que, em sua grande maioria, geram lodos cuja disposição ocorre em solos e corpos hídricos. Segundo Achon et al. (2013), essa disposição inadequada contraria a legislação vigente, pois provoca impactos ambientais negativos.

Autores: Rosangela Gomes Tavares; Mauricio Alves da Motta Sobrinho; Valmir Cristiano Marques de Arruda e Marcus Metri Correa.

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