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Análise da variação do consumo de água utilizando dados obtidos por sistemas supervisores remotos estudo de caso: município de Franca-SP

Resumo

O entendimento do comportamento da variação de consumo de água, ao longo do tempo, é de fundamental importância para soluções mais seguras e econômicas na gestão da operação, manutenção, ampliação e dimensionamento de sistemas de abastecimento de água. O presente trabalho busca esse entendimento, para contribuir com ferramentas de avaliação do funcionamento da infraestrutura implantada, evitando condições indesejáveis de instabilidade no abastecimento. Nesse contexto, verifica-se a necessidade de se conhecer o comportamento do sistema de abastecimento de água por meio de informações devidamente compiladas que possam servir de subsídios para estudos de planejamento e controle operacional. O objetivo deste trabalho foi obter a curva de consumo, por meio de dados de medidores de vazão eletromagnéticos instalados em um setor de abastecimento de água do município de Franca-SP, denominado Ana Dorothea – zona baixa. Os dados são coletados e armazenados por meio do sistema SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition) para posterior tratamento. Permitindo o cálculo dos valores reais dos coeficientes de majoração da média de consumo. Os valores obtidos foram comparados com os recomendados pela literatura internacional.

Introdução

O crescimento populacional notado na maioria das cidades brasileiras formata um panorama de constantes obras e incessantes adaptações das infraestruturas urbanas para suprir as necessidades humanas. No âmbito do saneamento básico, observa-se uma forte carência de planejamento de médio e longo prazo, o que se traduz em déficits no atendimento adequado dos usuários dessas infraestruturas.

Para as empresas responsáveis pelo abastecimento de água das grandes cidades, conciliar o atendimento da demanda com a disponibilidade hídrica é tarefa cada dia mais complexa, uma vez que as captações estão cada vez mais distantes dos centros de consumo, o que eleva os custos de adução.

Entende-se por demanda de água a quantidade total de água consumida pelos diversos propósitos de utilização urbana (Narchi, 1989), categorizados pelos quatro tipos de imóveis: público, comercial, industrial e doméstico. A demanda, bem como sua variação ao longo do tempo, está vinculada a algumas variáveis tais como: a pressão na rede, a qualidade da água fornecida, o sistema tarifário e seus valores, o clima da região e os usos destinados aos imóveis. A falta de controle sobre alguma destas variáveis podem ser observados com consequência nos altos índices de perdas no sistema, em geral, associados a uma deficiência de gerenciamento das pressões, causando grandes prejuízos financeiros, decorrentes das perdas físicas e do aumento do consumo de energia.

Neste contexto, há na atualidade, uma busca por um controle operacional automatizado otimizado, capaz de reduzir essas ineficiências. Uma operação automatizada visa obter uma maior confiabilidade do sistema. Nesse tipo de operação, procura-se incorporar os conhecimentos científicos a uma metodologia formal, minimizando as tarefas repetitivas. (Zahed, Apud Borges 2003). Além disso, a quantidade de dados aumenta a cada dia com a adoção das CCO´s (Centrais de Controle Operacional), tornando a tarefa dos operadores cada dia mais desgastante e sujeita a falhas sem um controle automatizado. A automação dos processos gera dados importantes para o conhecimento dos sistemas de abastecimento, permitindo o acoplamento de uma inteligência que aperfeiçoa os processos, avisa de falhas, processa informações e as transmite para quem de direito.

Neste contexto, foi proposto este trabalho de investigação, baseado no tratamento dos dados de vazão obtidos de um sistema de aquisição “on-line”, objetivando, a determinação da média de consumo de água e a caracterização das curvas de variação desses ao longo do tempo. Isto permitiu a determinação dos valores atualizados para o coeficiente de máxima vazão diária (K1) – que denota a relação entre a maior vazão diária verificada no ano e a vazão média diária anual – como também os valores atuais para o coeficiente de máxima vazão horária (K2) – que é calculado pelo quociente entre a maior vazão observada num dia e a vazão média horária do mesmo dia.

Autor: José Marcius Marson Guidi.

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