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Biorremediação de solos contaminados com hidrocarbonetos de petróleo através de detergente enzimático e ácidos húmicos provenientes de lodo de ETEs

Resumo

A utilização de Biorremediação para essas áreas já é bastante conhecida, apesar de sua aplicação insipiente, porém os avanços tecnológicos têm levado a um aperfeiçoamento destas técnicas, logrando maiores eficiências e facilidades de aplicação. O presente trabalho via avaliara a eficiência dos Ácidos Húmicos (SH) extraídos do Lodo (Biossólido) de ETEs como agente bioestimulante para a condução de um processo de Biorremediação por biomagnificação da microbiota natural de solos. A extração SH se deu por ataque alcalino com NaOH 0,1 M em 48 de agitação, o material isolado foi purificado em resina XAD08 e liofilizado. Foram avaliadas três tratamentos de 10kg de solo contaminados com 10l de Gasolina. Foram adicionados 800ml de detergente enzimático comercial após sete dias de contaminação e 1000ml de solução estanque de SH com 14 dias de contaminação. Foram efetuadas leituras de Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs) no primeiro dia pós contaminação (A) e nos dias 14 (B) e 21(C), foram efetuadas 5 réplicas de leitura. Houve um decréscimo significativo (F = 423,26, GL = 3, P < 0,001) nos valores médios de VOCs nos tratamentos no momento (A) as leituras médias ficaram em 406,25ppm alcançando valores máximos de 611,00ppm, no segundo momento (B) os valores já apresentaram decaimento com média de 21,52ppm, e 12,70ppm em (C). Os resultados apontam para a potencialidade do lodo como agente bioestimulante em processos de biorremediação. São necessários estudos complementares para determinação de ação química e dose necessária para a utilização comercial desse material.

Introdução

Existem muitas definições para Biorremediação na literatura cientifica, inclusive por tratar-se de uma técnica aplicada mundialmente. A Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA), por exemplo, apresenta uma definição genérica sobre a prática de biorremediação: é o processo de tratamento que utiliza a ocorrência natural de micro-organismos para degradar substâncias toxicamente perigosas transformando-as em substâncias menos tóxicas ou não tóxicas. De maneira análoga, podemos considerar a Biorremediação como um processo de transformação ou destruição de contaminantes orgânicos por decomposição biológica, pela ação de microrganismos de ocorrência natural ou cultivados no solo (bactérias, fungos e protozoários). Estes microorganismos são capazes de biodegradar ou complexar poluentes tóxicos, para obtenção de energia (alimento), em substâncias como dióxido de carbono, água, sais minerais e gases (metano e sulfeto). As indústrias de petróleo são reconhecidamente grandes causadoras de impactos ambientais. Por outro lado, é extensa e fundamental a importância do petróleo em nossa sociedade, pois além de ser uma das principais fontes de energia utilizadas atualmente, seus derivados são matérias-primas para a manufatura de inúmeros bens de consumo.

As atividades de extração, transporte e refinamento de petróleo têm contribuído para a contaminação do solo com hidrocarbonetos de petróleo em todo o planeta (LOPES; PIEDADE, 2010). Diante disso, observam-se com muita preocupação, os casos de contaminação do solo e água por hidrocarbonetos derivados de petróleo, que mesmo em pequenas concentrações podem constituir um grande perigo à saúde humana e ao meio ambiente (SOUZA et al., 2010).

Apesar de ainda um pouco incipiente, a aplicação de técnicas de biorremediação de áreas contaminadas por HCs vem crescendo no Brasil. Embora ainda seja necessário aprimorar os modelos de regulamentação, avaliação, aplicação e monitoramento dos projetos de biorremediação, é possível perceber que esta técnica vem se consolidando como uma alternativa viável para recuperação de áreas degradadas.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar a eficiência da matéria orgânica contida no lodo de esgoto como agente bioestimulante para a condução de um processo de Biorremediação por biomagnificação da microbiota natural de solos.

Autores: Aurélio Azevedo Barreto Neto; Edvaldo Peisino; Fabrício Rosa e Rodolpho Henrique Waichert da Silva.

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