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Biocombustíveis precisam ser valorizados como energia limpa e política de Estado

Nova Indústria Brasil: Rumo à Sustentabilidade e Competitividade Verde

Biocombustíveis precisam ser valorizados como energia limpa e política de Estado

A área ambiental e a produção de energia limpa são as maiores fontes de oportunidades para ajudar o país a reduzir suas diferenças sociais. Este é um ativo brasileiro que necessita ser tratado como política de Estado

O Brasil tem muitos desafios que devemos solucionar no curto prazo. No entanto é preciso ter consciência de que a área ambiental e a produção de energia limpa são as maiores fontes de oportunidades. Com isso vai ajudar o país a reduzir suas diferenças sociais.

Este é um ativo brasileiro que necessita ser tratado como política de Estado. Que ninguém se engane, estamos falando de proteção ambiental e de manter a floresta em pé. Então, precisamos de políticas e estratégias para temas ambientais, sociais e de governança corporativa.

Acontecimentos recentes, que envolvem o clima na Europa e Estados Unidos, evidenciam essa necessidade iminente. Trata-se de ter uma alternativa limpa, sustentável e tecnologicamente madura ao combustível fóssil para redução dos gases de efeito estufa. Dessa forma, clima e a transição energética passaram a ser também uma questão de saúde, de economia, de emprego, de renda, de produção de alimentos e de proteção ao meio ambiente.

Desenvolvimento Sustentável

Temos um enorme potencial de aumentar a produção de bioenergias sustentáveis a partir da biomassa em conjunto com o aumento de produção de alimentos e da redução do desmatamento. Essa é então a pauta sobre desenvolvimento sustentável que queremos ver ganhar corpo e profundidade.

O maior desafio do momento é a gestão das emissões do transporte nas grandes cidades, um dos maiores vilões para o aquecimento global. No Brasil, nos tornamos um dos principais produtores de energia limpa para a mobilidade. O lançamento do Programa Nacional de Álcool (Proálcool), em 1975, abriu então as portas para o biocombustível mais utilizado no país, o etanol extraído da cana-de-açúcar.

Assim sendo foi o primeiro passo para conquistar uma posição de liderança global em função de um direcionamento estratégico adotado pelo Estado brasileiro. Desde então, o país vem adotando políticas públicas e um arcabouço regulatório para fomentar a indústria e, consequentemente, garantir um futuro mais sustentável para o país. Foi assim em 2004, com o lançamento oficial do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).

Em dezembro de 2016, o governo brasileiro lançou a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Ele é fruto do compromisso assumido pelo governo brasileiro para cumprir as metas do Acordo de Paris. Esta metas foram reforçadas na última COP26.

RenovaBio

O RenovaBio visa garantir a segurança energética, a previsibilidade do mercado e a mitigação de emissões dos gases causadores do efeito estufa no setor de combustíveis. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou as diretrizes estratégicas da política em 2017.

Assim, o horizonte também está repleto de novas possibilidades para os biocombustíveis de primeira e de segunda gerações, movimentando a economia nacional, iniciando pelo agronegócio e evoluindo para a sua industrialização.

Essa trajetória é sinônimo de crescimento, de integração da agricultura familiar, de mais investimento e de mais emprego nacional. Precisa-se ver esses desafios tratados de forma mais consistente na agenda atual do debate público para as próximas eleições.

Marco regulatório do combustível sustentável de aviação (SAF)

Um exemplo da importância da construção dessa política de Estado é a necessidade de se aprovar no país, já neste segundo semestre, um marco regulatório do combustível sustentável de aviação (SAF), para garantir investimentos e atendimento das demandas futuras e voluntárias do setor aéreo para alcançar a neutralidade de emissões em 2050. A posição da International Air Transport Association (IATA) é de defesa de um esforço coletivo de toda a indústria juntamente com governos, produtores e investidores para que o setor possa alcançar suas próprias metas.

Uma planta de SAF é mais complexa do que as usinas de biodiesel e etanol. Seu desenvolvimento dura cerca de cinco anos. O governo que estiver no comando deste país em 2027 terá que lidar com a necessidade de importação do produto se não houver essa definição regulatória. Nos Estados Unidos, já se produz SAF há oito anos. O mundo constatou que as mudanças climáticas não são uma ficção.

Governos e empresas estão buscando tomar decisões mais ousadas na direção de uma transição da matriz energética para um modelo mais sustentável, com a ampliação e antecipação das metas de descarbonização. O Brasil, por sua experiência em biocombustíveis e por sua condição natural, tem que trazer essa discussão para uma condição prioritária.

Este é um benefício para toda a sociedade e um legado que precisamos deixar para as gerações futuras – não podemos mais esperar.

Biografia:

*Erasmo Carlos Battistella é presidente da BSBIOS, empresa líder em produção de biodiesel no Brasil, e CEO do ECB Group, com investimentos em fábrica de biocombustível avançado no Paraguai, na aquisição de uma planta de biodiesel na Suíça e na recém anunciada fábrica de etanol no Rio Grande do Sul. Por 10 anos, foi presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO).

Fonte: NEOFEED


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