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Viabilidade de implantação do aproveitamento das águas pluviais em uma edificação universitária

Resumo

O crescimento do consumo de água no planeta tem conscientizado a população para a busca do uso racional da água por meio de práticas sustentáveis. Como exemplo o aproveitamento das águas pluviais, o qual envolve a captação da água da chuva pelos telhados das edificações, reaproveitando-a em fins não potáveis, após tratamento adequado. O presente trabalho teve como objetivo o estudo da viabilidade de implantação do aproveitamento das águas pluviais nas bacias sanitárias, piscinas, reservas técnicas de incêndio e para limpeza em uma edificação universitária. O dimensionamento foi realizado seguindo as normas NBR 10884/1989 e NBR 15527/2007 da ABNT. O estudo teve como base a Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, os dados de precipitação foram obtidos na estação meteorológica de Içara, SC. Foi apresentado o orçamento do sistema e realizada a análise de viabilidade econômica. O sistema foi considerado viável, já que atenderá 60,94% da demanda de água não potável, no bloco de salas, obtendo o retorno do investimento em 3 anos e 3 meses. No bloco da piscina também se mostrou viável, uma vez que atenderá 92,62% da demanda de água, alcançando o retorno do investimento em 4 anos e 11 meses.

Introdução

Conforme o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos de 2015 nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população, de modo que, se os padrões de consumo se mantiverem, em 2030 o mundo enfrentará um déficit de 40% no abastecimento de água, ou seja, 40% da demanda de água não será suprida (NAÇÕES UNIDAS, 2015).

Contudo, já se tem observado diversos exemplos de escassez de água doce, não apenas em regiões áridas ou semiáridas, mas também em locais onde existe significante oferta de recursos hídricos.

Isso porque, segundo Born (2000 apud GOLÇALVES, 2006), além da escassez física, existe também a escassez econômica, correspondente à incapacidade de pagar os custos de acesso à água, e a escassez política, referente às políticas públicas inadequadas que impedem uma parcela da população de ter acesso à água.

Além do mais, a crescente deterioração dos mananciais de abastecimento, devido à poluição dos rios e lagos pela falta de tratamento de águas residuais, tem diminuído a quantidade de água doce disponível (GOLÇALVES, 2006).

Por outro lado, cresce no mundo a consciência em torno da importância de seu uso racional, adotando-se algumas práticas sustentáveis como o aproveitamento das águas pluviais.

A NBR 15527 (ABNT, 2007) define como água de chuva toda “água resultante de precipitações atmosféricas coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais”. Tal norma é aplicada para usos não potáveis, utilizados após tratamento adequado, como, por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e pátios e usos industriais.

Lima et. al. (2011) afirmam que a coleta das águas pluviais além de diminuir o consumo de água da rede pública de abastecimento, também tem como aspectos positivos a contribuição na preservação do meio ambiente, a redução dos investimentos na captação da água e dos custos energéticos de transporte e de tratamento, a diminuição das enchentes e erosão dos leitos dos rios.

Segundo Sordi (2016), os sistemas de aproveitamento das águas pluviais são compostos basicamente por: área de captação (telhado); tubulações para a condução da água; filtros para a remoção dos materiais grosseiros como folhas e galhos; reservatório de armazenamento; e, dependendo da finalidade da água, tratamento (filtração e desinfecção).

Assim, o presente estudo teve como objetivo estudar a viabilidade de implantação do aproveitamento das águas pluviais em uma edificação universitária, estudo de caso na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

Autores: Tamiles Just Mandelli; Flávia Cauduro e Christiane Ribeiro da Silva.

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