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Análise físico-química e microbiológica da água do rio Grajaú, na cidade de Grajaú – MA

Resumo: A cidade de Grajaú conta com o rio Grajaú como fonte de água para o abastecimento da população. A água destinada a consumo humano deve prezar pelo padrão de potabilidade determinado na portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde. O presente trabalho objetivou avaliar os parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água do rio Grajaú, na cidade de Grajaú, MA. Na presente pesquisa foram selecionados seis pontos de coleta da água do rio Grajaú para verificação das características físico-químicas e microbiológicas, tais como: alcalinidade total, cloretos, dureza total, pH, ferro, amônia, cloro, oxigênio consumido, turbidez, cor, coliforme fecais e totais. Os resultados das análises nos seis pontos de coleta do rio Grajaú, evidenciaram que, pelo menos em um dos parâmetros analisados, todos os pontos de coleta da água encontravam-se em fora do valor máximo permitido (VMP), tornando-os impróprios para o consumo humano. Com destaque para o ponto de coleta Limoeiro, que encontra-se fora limites permitidos em quatro parâmetros físico-químico. Ademais, no presente estudo, não evidenciou-se presença de coliforme fecais e totais, em quaisquer dos pontos de coleta avaliados. Assim, este estudo destaca a necessidade de medidas interventivas para controle e adequação dos parâmetros que encontram-se em desacordo com as normativas legais.

Introdução: Os rios são fontes de um dos recursos naturais indispensáveis aos seres vivos, têm grande importância cultural, social, econômica, histórica da cidade onde se encontram. A origem e manutenção da vida dependem totalmente da água, pois este é o mais abundante componente das células (PONGELUPPE et al., 2009; REIS et al., 2012), recurso insubstituível, compõem aproximadamente 75% do nosso corpo humano, e o cérebro consiste em cerca de 85% (YAMAGUCHI, et al., 2013). Devido suas funções e seu caráter indispensável à vida (CARVALHO, et al., 2009; FREITAS et al., 2013), a disponibilidade de água potável e saudável deve ser acessível a todos (RIGOBELO et al., 2009; MELLO; RESENDE, 2015), sendo de responsabilidade do estado e da nação, devendo o primeiro assegurar que seja feita a gestão adequada dos recursos hídricos, e o segundo de usar o recurso conscientemente (REIS et al., 2012). Falhas no manuseio da água, principalmente, na maioria dos países em desenvolvimento, onde ainda há carência de saneamento básico, em especial, no tratamento de água tem contribuído para que a qualidade na alimentação diária de parte da população mantenha-se abaixo da considerada ideal (ROCHA et al., 2010). A água em condições de má qualidade, passa a trazer riscos à saúde servindo de veículo para vários agentes biológicos e químicos. As principais fontes de contaminação através dos recursos hídricos são esgotos de cidades sem tratamento que são lançados em rios e lagos; aterros sanitários que afetam os lençóis freáticos, os defensivos agrícolas que escoam com a chuva sendo arrastados para os rios e lagos, os garimpos que lançam produtos químicos, como o mercúrio, em rios e córregos e as indústrias que utilizam os rios como carreadores de seus resíduos tóxicos, mostrando que tais ações trazem problemas difíceis de serem solucionados (BETTEGA et. al., 2006). O lançamento de efluentes líquidos e sólidos de origem urbana e industrial nos rios tem grande influência na qualidade da água em que se encontra no rio, afetando a disponibilidade desse recurso natural e gerando graves problemas de desequilíbrio ambiental (LIMA; MEDEIROS, 2008). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em virtudes de doenças transmitidas pela água, causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, e transmitidos basicamente pela rota fecal-oral. O propósito primário para a exigência de qualidade da água é a proteção à saúde pública. Os critérios adotados para assegurar essa qualidade têm por objetivo fornecer uma base para o desenvolvimento de ações que, se propriamente implementadas junto à população, garantirão a segurança do fornecimento de água através da eliminação ou redução à concentração mínima de constituintes na água conhecidos por serem perigosos à saúde. (D’AQUILA et. al., 2000). Legislações específicas referentes à qualidade da água vigoram no Brasil. Entre elas, a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 357, de 2005 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, estabelecendo limites individuais a cada substância a ser analisada; e as Portarias do Ministério da Saúde nº 518, de 25 de Março de 2004 e nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011, que estabelecem os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2005; BRASIL, 2011). Ainda de posse de embasamento jurídico, a Lei 11.445, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, tem como fundamento a universalização do acesso aos serviços de saneamento básico entre eles o abastecimento de água potável (BRASIL, 2007). O que torna o acesso à água potável, livre de micro-organismos patogênicos, de substâncias e elementos químicos prejudiciais à saúde, é direito fundamental de todo cidadão (ZERWES et al., 2015). Esse estudo objetiva realizar a análise físicoquímica e microbiológica do rio Grajaú da cidade de Grajaú Maranhão, no intuito de analisar as condições de potabilidade da água, visto que está é distribuída para boa parte da população local da cidade, através de um serviço autônomo de água e esgoto (SAAE).

Autores: Santana da Silva Sousa; Wanderson Sousa Silva; João Antônio Leal de Miranda e Jefferson Almeida Rocha.

Leia o estudo completo: Análise físico-química e microbiológica da água do rio Grajaú, na cidade de Grajaú – MA

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