Resumo

O presente estudo analisou o comportamento dos consumidores, com apenas uma economia de água residencial, no município de Curitiba, após a reestruturação tarifária ocorrida em junho de 2017, quando a tarifa mínima de água passou de 10 para 5 metros cúbicos e ocorreu a ampliação das faixas de consumo. Para tanto foi elaborada análise da migração dos consumidores por faixa de consumo pela média do volume medido de 9 meses posteriores à reestruturação e igual período no modelo tarifário antigo. O estudo evidenciou, por meio de estatística descritiva e pelo modelo matemático de Elasticidade Preço da Demanda, que muitos consumidores readequaram hábitos de consumo e migraram para faixas de menor preço na nova estrutura tarifária. Porém, a distribuição percentual entre as faixas não apresentou alterações, evidenciando a inelasticidade preço da demanda de água.

Introdução

A Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar passou a estar sob influência da regulação da Agepar a partir do ano de 2016. No ano seguinte a agência reguladora homologou uma reformulação tarifária que visou a redução a tarifa mínima de água de 10 para 5 metros cúbicos e instituir novas faixas intermediárias de consumo com patamares diferenciados de valores.

O consumo urbano de água pode ser influenciado por diversos fatores, tais como: disponibilidade de fontes alternativas, qualidade do produto e do serviço prestado, estações do ano, hábitos, cultura, população e preço. Considerando que a reestruturação tarifária ocorrida em junho de 2017 provocou alterações na metodologia de faturamento da Sanepar e por consequência, modificou o preço da tarifa mínima, o presente estudo objetiva avaliar o comportamento dos consumidores de água residencial da cidade de Curitiba – Paraná, após a reestruturação tarifária.

Segundo estimativas do IBGE, a população da capital paranaense em 2018 é de 1.908.359 habitantes e, de acordo com o Instituto Trata Brasil, possui os melhores índices de coleta de esgoto e abastecimento de água dentre as capitais do país, atendendo 100% de sua população com abastecimento de água. Em abril de 2018 a Sanepar registrou 729.147 economias de água ativas1. Assim, de maneira específica, com este estudo busca-se medir a Elasticidade Preço da Demanda de água para a categoria de consumo residencial como forma de analisar o comportamento dos consumidores frente a alteração na estrutura tarifária, objetivando buscar maior eficiência no consumo de água potável.

No esforço de analisar e apresentar essa temática, o estudo faz uma breve contextualização sobre a Sanepar em seu ambiente regulado, e utiliza-se da estatística descritiva e do cálculo matemático da Elasticidade Preço da Demanda como forma a se chegar às conclusões. Para tanto, foram utilizados procedimentos metodológicos que permitiram comparar os dados que são apresentados na sequência.

Autores: Vanderléia Loff Lavall; Antonio Fernando Zanatta e Diego Marco Trindade.