Bactéria Legionella
A bactéria Legionella é um microrganismo onipresente no meio aquático e, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS – https://www.dgs.pt/ – Portugal), pode existir em reservatórios naturais, rios e lagos e, também, em reservatórios artificiais como sistemas de água doméstica (quente e fria ), umidificadores, torres de resfriamento de sistemas de condicionamento de ar, jacuzzis, piscinas, instalações termais, águas sujas paradas e fontes decorativas como repuxos ( jato de água que se eleva alto para recair em forma de chuva ), locais onde se produzam aerossóis com facilidade.
Quando a temperatura ( entre 20 e 45°C ) e a presença de depósitos (ferrugem, lodo, matéria orgânica) nos ambientes atrás referidos podem suportar o crescimento bacteriano vão favorecer a multiplicação rápida da bactéria Legionella.
Fonte : European Cleaning Journal
A Legionella pode causar doença quando uma pessoa inala ou aspira gotículas de água suspensas no ar que contenham Legionella em quantidade suficiente e com características de virulência (existem várias espécies de Legionella). A maioria dos casos de doença é provocado pela Legionella pneumophila, enquanto os restantes são causados por outras espécies de Legionella.
É de salientar que a infecção por Legionella não é transmitida de pessoa para pessoa nem através da ingestão de água contaminada. A infecção por Legionella pneumophila pode provocar a febre de Pontiac (com sintomas semelhantes a uma gripe e geralmente pouco severa) e a doença dos Legionários, a manifestação mais grave de infecção por Legionella pneumophila e que consiste num tipo de pneumonia potencialmente fatal.
Qualquer pessoa pode ser infetada por Legionella mas existem fatores que aumentam o risco:
- A idade – a infecção atinge especialmente pessoas com mais de 50 anos e é rara entre crianças
- Ser do sexo masculino – a infeção afeta duas a três vezes mais homens do que mulheres
- Ter uma doença pulmonar
- Ser fumante
- Ter uma doença crônica (diabetes, insuficiência renal, cancro, alcoolismo)
- Ter uma doença que comprometa a imunidade
- Ter uma doença que implique realizar quimioterapia ou tomar medicação com corticoides
O período de incubação varia entre 2 a 10 dias e, a nível geral, decorridos cerca de 5 a 6 dias depois de se terem inalado as bactérias presentes nas gotículas de água podem surgir os primeiros sintomas.
A infeção por Legionella pneumophila pode causar sintomas como:
- Tosse,
- Calafrios,
- Dificuldades respiratórias,
- Dores musculares,
- Febre alta,
- Sintomas gastrointestinais como diarreia e vômitos.
A pneumonia surge normalmente de forma aguda, podendo conduzir a insuficiência pulmonar e morte.
Nas instalações centralizadas de Água Quente Sanitária (AQS), um fator importante para prevenir o desenvolvimento e proliferação da Legionella é manter os acumuladores limpos e livres de ferrugem.
Isso é complicado na prática e, frequentemente, ao abrir os tanques de água quente para prosseguir com a limpeza e desinfecção que obriga o RD 865/03 (Real Decreto Espanhol 865/2003, de 4 de julho, que estabelece os critérios higiênico-sanitários para a prevenção e controle da legionelose), sejam observadas sujeira no seu interior, revestimento solto e em muitos casos a presença de ferrugem causada por um processo interno de corrosão.
Fonte: Adrián Gomila
Sabe-se que nestas condições, principalmente na área média e baixa do acumulador em que a temperatura é menos elevada, é muito difícil evitar o desenvolvimento de legionella.
Em novas instalações, uma possibilidade é a instalação de acumuladores de aço inoxidável com base num investimento muito mais importante, embora dependendo do teor de cloreto da água, da temperatura de trabalho, do tipo de aço inoxidável utilizado e da qualidade das soldas, é comum que esses depósitos também sejam submetidos aos processos de corrosão.
Fonte: Adrián Gomila
A única maneira de evitar em todos os casos tais problemas nos novos depósitos, garantindo que o interior destes seja mantido limpo e livre de ferrugem, é construí-los conforme indicado na norma espanhola UNE 112076, sobre prevenção de corrosão em circuitos de água e instalar um sistema de proteção catódica neles de acordo com a norma espanhola UNE-EN 12499.
Se a engenharia ou a propriedade exigir o cumprimento das normas para os acumuladores de aço carbono, embora o custo seja um pouco maior do que os depósitos mal protegidos contra a corrosão, as vantagens dos custos de saúde e de operação ao longo do ciclo de vida são muito importantes.
Fonte: Adrián Gomila
No caso dos acumuladores em que já foi iniciado o processo de corrosão e apresentam impurezas que favorecem o desenvolvimento de Legionella, se mantiverem um mínimo de condições mecânicas, o que é verificado mediante um teste de pressão, é possível parar a corrosão e mantê-los limpos e livres de ferrugem.
Para isso, devem adaptar-se às condições estabelecidas pela UNE 112076 e instalação de um sistema de proteção catódica, em conformidade com a UNE-EN 12499, obtendo assim garantias contra a corrosão.
Referência: Rede Portuguesa de Saúde, Companhia União Fabril (CUF) e Adrián Gomila Director Técnico de GULDAGER ELECTRÓLISIS, empresa associada AQUA ESPAÑA
Adaptado por Portal Tratamento de Água
Traduzido por Gheorge Patrick Iwaki
