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Análise do abastecimento de água e sua relação com indicadores sociais e de saúde: um estudo de caso no agreste Pernambucano

Resumo

Objetivou-se, com esta pesquisa, observar a relação entre o atendimento de abastecimento de água e os índices sociais e de saúde em municípios localizados no agreste pernambucano, de modo a contribuir no aprofundamento da discussão da relação do abastecimento de água com esses índices e enfatizar a importância da universalização do atendimento dos serviços de saneamento básico. Foram avaliados seis municípios representativos do agreste pernambucano, onde os dados foram obtidos em bases governamentais. Os dados referentes ao atendimento de abastecimento de água foram do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Para o indicador social, adotou-se o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. O indicador de saúde utilizado foi a taxa de internações por local de residências devido a doenças infecciosas e parasitárias, os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Os resultados apontaram que os municípios com melhores coberturas de abastecimento de água, no geral, apresentaram melhores indicadores sociais e de saúde, de acordo com os parâmetros analisados. No entanto, é importante ressaltar que os dados obtidos podem estar subestimados devido aos critérios da Classificação Internacional de Doenças – CID, fidedignidade dos dados vitais e influência de índices externos não levados em consideração nesta pesquisa. Observa-se que ainda há muito a ser melhorado na região. O estudo ressalta a importância e a viabilidade da implantação de projetos voltados para os setores de saneamento básico.

Introdução

A água é um recurso indispensável à vida e fundamental para o desenvolvimento humano. As más condições de saúde, agregadas a uma distribuição desigual do abastecimento de água e outras ações de saneamento ameaçam o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. Por consequência, há uma necessidade de compreender, cada vez mais, como o sistema de abastecimento de água influencia outros setores de importância pública, como sociais e de saúde.

De acordo com Pereira et al. (2015), a carência na prestação de serviços de saneamento básico possui uma grande influência na qualidade de vida da população e vem provocando problemas na saúde brasileira, tendo um impacto ainda maior na parcela populacional de baixa renda, visto que, geralmente, habitam em locais com maiores carências de serviços de saneamento básico. Epidemias transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (zika vírus, dengue e chikungunya) tiveram origem na falta de saneamento. Teixeira (1994) destaca que no Brasil males como cólera, dengue, esquistossomose e leptospirose são exemplos de doenças resultantes da falta ou inadequada estrutura de saneamento, principalmente, em áreas pobres, o que têm agravado o quadro epidemiológico.

Segundo Galvão Jr. (2009), a saúde das pessoas interfere diretamente no desenvolvimento de uma determinada localidade, pois para o autor “a participação do indivíduo na atividade econômica e social depende de uma vida saudável, para tanto, é fundamental o acesso ao saneamento básico, assim como à moradia, à saúde e à educação”. Cvjetanovic (1986) ilustra um ciclo (Figura 1) onde melhorias no sistema de abastecimento de água e no esgotamento sanitário proporcionam benefícios gerais para saúde além de promover fatores sociais e econômicos.

Autores: Isabela Carolina Lopes Coelho;  Ayane Aparecida da Silva Ribeiro;  Rosinele de Andrade Santana;  Saulo de Tarso Marques Bezerra e  Artur Paiva Coutinho.

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