Resumo: O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema hidráulico a ser implantado em um shopping de grande porte, para a substituição por parte da água consumida por este por água da chuva. Ao longo do trabalho, foi exposto, detalhadamente, todo o processo de implantação do projeto, desde a captação da água da chuva até a sua entrega para o consumo. Neste aspecto, o trabalho em tela tem por objetivo demonstrar o excelente retorno financeiro bem como os benefícios ao meio ambiente.
Introdução: É notório que a água é uma das grandes preocupações mundiais, por constituir um recurso natural essencial à vida e insubstituível. Recentemente, durante a semana mundial de água em Estocolmo, o jornalista Marcelo Leite destacou que embora a água seja um recurso renovável, existem limites a serem respeitados, o que torna vital o correto manejo desses recursos. Em alguns países, a escassez de água já vem sendo debatida e é motivo de disputas, inclusive territoriais, há muito tempo. Para o Brasil, o ano de 2014 representou um marco, sobretudo para a região Sudeste e, em menor grau, para as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Como resultado de uma forte seca e uma série de erros de planejamento, instalou-se uma verdadeira crise da água no país, o que gerou a queda dos níveis dos reservatórios de abastecimento de grandes cidades, com destaque para a cidade de São Paulo, que viveu um de seus momentos mais dramáticos em toda a sua história. Uma das causas para a crise da água é de ordem natural, pois embora o Brasil seja o país com a maior quantidade de água per capita do mundo, a sua disponibilidade é má distribuída ao longo do território. A região Norte, que apresenta as menores densidades demográficas, possui cerca de 70% das reservas nacionais. Por outro lado, é justamente onde existem menos reservas de água no país – regiões Sul e Sudeste – que reside a maior parte da população e também onde acontece a maior parte das atividades econômicas, industriais, comerciais e agrícolas. Assim, os sistemas de abastecimento ficam cada vez mais sobrecarregados, tornando-se vulneráveis a qualquer grande seca que ocorra. Como já citado, a falta de água, mais especificamente em São Paulo, está relacionada com problemas de gestão pública e planejamento de infraestrutura. Em 2004, na renovação de sua concessão, a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já tinha conhecimento de que a quantidade limitada de água existente, bem como a grande dependência em relação ao sistema Cantareira – o maior da região –, seria um grave problema nos anos posteriores. Entretanto, não foi tomada nenhuma medida para evitar ou minimizar o problema. No ano de 2015, os sistemas de abastecimento de São Paulo sofreram baixas históricas, com destaque para o próprio sistema Cantareira, que teve de liberar suas reservas do primeiro e do segundo volume morto. Com isso, um racionamento de água parece ser a única solução a curto prazo, além da construção de novas barragens e realização de obras de transposição local.
Os impactos da falta de água no Brasil são variados. Muitos analistas, em razão das chuvas abaixo da média no início de 2015, apontam cenários caóticos caso medidas urgentes não sejam tomadas. Além disso, vale lembrar que outras regiões brasileiras, além do Sudeste, vêm passando pelo mesmo problema, o que gera certa preocupação em torno da produção de energia, que, por ser em maior parte fornecida por hidrelétricas, depende muito da disponibilidade de água no país. Tendo em vista tamanha crise hídrica no Brasil e no mundo, este projeto visa o reaproveitamento da água da chuva em um Shopping center de grande porte no Rio de Janeiro, hoje esgotada na rede da concessionária. Tal projeto aplicado para um Shopping em particular, caso reaplicado para outros shoppings e estabelecimentos comerciais que consumam grande quantidade de água, poderia significar uma enorme redução no consumo de água do país. Além do aspecto sustentável, existe o econômico. Como as concessionárias cobram altas tarifas para o abastecimento de água, é possível dizer que o reaproveitamento de água de chuva implica diretamente em retorno financeiro.
Autor: João Marcello M da Rosa Maia.
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