Resumo

A expansão imobiliária nas grandes cidades gera impactos na gestão de empresas de saneamento que precisam acompanhar o crescimento de forma a garantir a prestação dos serviços a seus clientes.
Contemplando 39 municípios e 20 milhões de habitantes, a RMSP é uma das maiores aglomerações urbanas do mundo. O município mais populoso do país se encontra nesta região. Estima-se que a cidade de São Paulo possua população superior a 12 milhões de habitantes e densidade demográfica superior a 7.300 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2016).
Inserida neste contexto, o estudo abrange a região central e porção leste do município, caracterizada predominantemente por áreas consolidadas sem espaços para crescimento horizontal. Entretanto, esse fato não impede que a expansão imobiliária seja atuante e significativa. Sem espaços horizontais, o crescimento ocorre no sentido vertical com o surgimento de inúmeros empreendimentos imobiliários. A expansão imobiliária caracterizada pela verticalização, atribui o desafio em readequar a infraestrutura para assegurar a qualidade dos serviços prestados aos seus clientes. Focando o sistema de abastecimento de água, a verticalização impõe novas demandas pontuais e de grande vazão. É preciso atuar de forma que todos os clientes sejam abastecidos sem intermitências e com pressões adequadas.
Na área de estudo, o sistema de abastecimento atual é composto por redes de distribuição com idade média de 45 anos e com diâmetros que em sua maioria variam entre 75mm e 100mm. Acréscimos na demanda requerem avaliação de impacto, pois podem provocar a incapacidade de abastecimento local e no entorno.
A ferramenta de simulação hidráulica agiliza as análises de vários cenários, permitindo que a empresa de saneamento avalie o crescimento de demanda, e possibilita a criação de novas propostas de implantação de redes de reforço de forma a otimizar o sistema de distribuição, visando à garantia da entrega do produto.

Introdução

Para que o modelo matemático do software de simulação hidráulica execute os devidos cálculos, devemos fornecer dados de entrada referentes à propriedades do sistema (diâmetro, material e rugosidade da rede), ao consumo (dados de micromedição da área de estudo) e à operação (parâmetros de configuração da operação dos equipamentos, tais como VRPs e bombas).

Em contrapartida, a ferramenta de simulação hidráulica fornece como dados de saída, informações calculadas referentes à vazão nas tubulações e pressões pontuais no sistema de abastecimento. Os resultados podem ser apresentados em forma de gráficos, mapas temáticos e tabelas, dependendo do foco da avaliação. Os gráficos e mapas temáticos fornecem informações globais enquanto que as tabelas permitem uma análise pontual dos dados.

Para adaptar o modelo hidráulico de forma a se aproximar o máximo possível das condições reais do sistema de abastecimento e refinar os resultados obtidos, o software permite a introdução de dados coletados em campo, que são utilizados em uma ferramenta de calibração.

Autores: Marcos Aurélio Martins; Anderson Vicente Catarino; Maurício Yukio Toda; Natally Annunciato Siqueira e Roberto Abranches.