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A educação ambiental como catalisador da mudança de cultura em relação às questões ambientais nas organizações

Resumo

O conhecimento da cultura organizacional é um elemento fundamental para a correta condução dos negócios. Nesse contexto insere-se a questão ambiental, fator de igual importância para o sucesso das organizações. A presente pesquisa tem por objetivo analisar a implementação das atividades de educação ambiental corporativa como componente catalisador da mudança de cultura nas questões ambientais organizacionais na Sabesp. A metodologia baseou-se na aplicação de um questionário, com questões abertas e fechadas, distribuído a funcionários da Sabesp. A análise das respostas foi quantitativa e qualitativa. Os resultados obtidos indicaram que a educação ambiental corporativa tem papel relevante na mudança de cultura nas questões ambientais da organização e que o envolvimento da liderança precisa ser aprimorado para que essa mudança seja melhor desenvolvida. A implementação das atividades de educação ambiental corporativa é convergente com o modelo de cultura de aprendizagem, importante forma de manter as empresas em constante movimento de aquisição e incorporação de conhecimentos, e consequentes mudanças de comportamentos, que no caso em análise, estão voltadas para a questão ambiental.

Introdução

Souza Filho et al. (2015) afirmam que a educação em todos os níveis, tem a importante e complicada missão de acompanhar os indivíduos na construção de sua história. Segundo Dowbor (1998), faz-se necessário que a educação esteja ligada à formação dos valores humanos, do cidadão e de sua perspectiva crítica e criativa, pois o conhecimento, matéria-prima da educação, tornou-se o recurso estratégico do desenvolvimento moderno.

A educação se faz por uma aproximação continua com a realidade, pela qual transcorre o conceito de conscientização, e com base nesse modelo educacional é possível contribuir efetivamente, como educadores, para uma reorientação, redirecionamento e reconstrução da sociedade (COIMBRA, 2011).

Para Silva (2013) a Educação Ambiental é uma seção da educação que tem por objetivo a difusão do conhecimento sobre o ambiente, com a finalidade de auxiliar sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos, sendo um processo contínuo, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e atitudes individuais ou coletivas na busca de soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.

Sorrentino et al. (2005) afirmam que a educação ambiental não está incluída em uma grade curricular rígida, sendo assim pode ampliar conhecimentos em muitas dimensões, mas invariavelmente com foco na sustentabilidade ambiental local e do planeta, desenvolvendo-se com as culturas tradicionais, com a ciência, e possibilitando a participação em políticas públicas de meio ambiente e para a produção do conhecimento para a escola. Esse autor afirma ainda que a educação ambiental é constituída por formas acessíveis e transformadoras de construir, juntamente com orientadores, professores e alunos, o que Edgar Morin chama de conhecimento pertinente, que permite assimilar os problemas globais e essenciais para neles incluir os conhecimentos parciais e locais. Nesses dois saberes está incluída a busca de um conhecimento complexo, não segmentário e que se amplia continuamente sem contudo, trazer um conhecimento totalizador, também limitado. O conhecimento pertinente legitima que, em meio à multiplicidade da realidade, nunca é possível a compreensão total, sendo assim é necessária a busca contínua de conhecimentos, o que pode tornar-se um círculo virtuoso (SORRENTINO et al., 2005).

A educação ambiental é parte imprescindível no desafio de se chegar ao desenvolvimento sustentável, pois é o modo mais direto e eficiente de se obter a participação da população nesse processo. A educação para a vida sustentável inclui uma pedagogia que posiciona a compreensão da vida como ponto central, na qual o educando vivencia um aprendizado no mundo real que retoma um sentido de pertinência do homem como parte da natureza (SOUZA e BENEVIDES, 2005).

Desse conceito de educação ambiental decorre notável atenção voltada aos profissionais cujas atividades e decisões geram efeitos relevantes sobre o meio ambiente, como economistas, administradores, desenvolvedores de produtos, engenheiros, formuladores de políticas públicas, entre outros (BARBIERI e SILVA, 2011).

A Lei 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), regulamentada pelo Decreto 4.281 de 2002, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e em seu art. 1º, conceitua a educação ambiental como “processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

(…)

Autora: Ana Lucia Fonseca Rodrigues Szajubok.

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