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Análise temporal da qualidade da água de um arroio no sul do Rio Grande do Sul

Resumo: O objetivo do trabalho foi analisar a variabilidade temporal da qualidade da água em um ponto no Arroio Grande, localizado nas coordenas geográficas: latitude -32°19’053” e longitude -52º55’036”. Relacionou-se aos dados de qualidade de água as informações pluviométricas obtidas junto a ANA. Por meio do IQA observou-se que com o aumento da precipitação ocorreu uma melhora na qualidade de água do arroio. Com os resultados obtidos foi possível concluir que o índice foi capaz de prever as condições do manancial superficial ao longo do tempo, reduziu custos com análises laboratoriais, bem como forneceu resultados de fácil interpretação.

Introdução: A qualidade da água está intimamente ligada às suas características físicas, químicas e biológicas e sua condição é função dos diferentes usos à que se destina (ABREU; CUNHA, 2015; MERTEN; MINELLA, 2002; SOUZA, 2015). Segundo Heller e Pádua (2010) verificam-se diversos usos dos recursos hídricos que são demandados pelas diferentes atividades antrópicas e econômicas, dentre elas podem-se citar o abastecimento público, a irrigação, a navegação, a pesca, a geração de energia, entre outros.

Para Pinto et al. (2009) e Tavares (2014), as modificações que ocorrem nas características morfológicas da bacia hidrográfica, e que de alguma forma alteram o equilíbrio e a dinâmica dos corpos d`água, estão associadas à poluição existente no território.

A Resolução nº 357 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 2005), estabelece a classificação e o enquadramento dos corpos de água de acordo com seus usos. Para cada classe dos corpos d’água estabelecidos nessa Resolução são determinados limites máximos ou mínimos das concentrações das variáveis de qualidade de água. O enquadramento do manancial superficial pode ser alterado à medida que esse apresente variáveis físico-químicas e biológicas com concentrações superiores ou inferiores aos limites estabelecidos. Sendo assim, o monitoramento da qualidade da água se torna fundamental, pois permite o acompanhamento dos processos de uso dos corpos hídricos, indicando seus efeitos sobre as características qualitativas das águas e proporcionando ações de controle ambiental (GUEDES et al., 2012; SOUZA, 2015).

O monitoramento ambiental deve ser realizado ao logo do tempo e do espaço, pois permite acompanhar a evolução das condições da qualidade da água e o comportamento de determinadas variáveis em determinados pontos do manancial superficial, respectivamente, servindo como medida de apoio a tomadas de decisão sobre os recursos hídricos (ABREU; CUNHA, 2015; TAVARES, 2014).

As variáveis utilizadas para monitoramento da qualidade de águas dependem do uso a que o corpo hídrico se destina sendo os principais parâmetros: oxigênio dissolvido, turbidez, pH, nitrogênio total Kjeldahl, fósforo total, sólidos em suspensão, temperatura, demanda bioquímica de oxigênio, metais e coliformes termotolerantes. As variáveis físico-químicos como, pH, temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez e sólidos em suspensão, são as que mais sofrem influência da sazonalidade (RODRIGUES; TOMAZONI; GUIMARÃES, 2015; SILVA et al., 2008). Segundo Gomes et al. (2014) e Souza (2015), as variáveis físico-químicas e biológicas quando analisadas isoladamente não permitem uma compreensão global do ecossistema aquático, principalmente por profissionais de outras áreas do conhecimento. O uso do Índice de Qualidade da Água (IQA) é uma metodologia muito utilizada como ferramenta para o monitoramento da qualidade, pois permite através de informações resumidas indicar as condições do manancial superficial ao longo do tempo, reduzindo custos e tempo, além de fornecer resultados de fácil interpretação pela sociedade (CUNHA et al., 2013; PINTO et al., 2009; SILVEIRA et al., 2014).

O IQA foi proposto pela National Sanitation Foundation (NSF) dos Estados Unidos no ano de 1970, e no Brasil vem sendo usado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (COMITESINOS) como ferramenta de monitoramento ambiental e suporte à tomada de decisão (BLUME et al., 2010). Com base no exposto, o trabalho tem como objetivo analisar temporalmente a qualidade da água do Arroio Grande-RS, através da aplicação do IQAcetesb.

Autores: Luana Nunes Centeno Correio; Samanta Tolentino Cecconello; Philippe Braga Moraes; Hugo Alexandre Soares Guedes; Alana Nunes Centeno e Sâmara Tolentino Cecconello.

Leia o estudo completo: Análise temporal da qualidade da água de um arroio no sul do Rio Grande do Sul

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