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Análise espacial da Leishmaniose visceral no município de Abaetetuba/PA, no período de 2007 a 2015

Resumo

A leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania. Sua transmissão ocorre através da picada da fêmea dos mosquitos flebotomíneos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose visceral (LV) é predominante em regiões da África, das Américas e Sudeste da Ásia. A incidência da leishmaniose é condicionada as características ecológicas dos vetores, por isso o estudo da sua distribuição no espaço e no tempo se faz necessário. Este estudo objetivou a realização de uma análise espacial da leishmaniose visceral no município de Abaetetuba – PA, no período de 2007 a 2015. Os dados de LV foram obtidos do SINAN, os dados de desmatamento e uso do solo do INPE e as bases cartográficas do IBGE. As coordenadas das casas dos pacientes e/ou localidades foram coletadas em campo com uso do GPS Garmin 64s. Estes dados foram copilados em planilhas eletrônicas para a criação do BDGeo e depois foram importados para um SIG (ArcGIS e TerraView). Foram utilizados os coeficientes de Pearson e Spearman para verificar a correlação. Foi realizada a análise espacial utilizando as ferramentas: estimador de densidade Kernel simples e dual. Os resultados obtidos foram: existe uma correlação positiva da LV com o desmatamento; a maioria dos casos se encontra nas classes área urbana e vegetação secundária; o Kernel simples indicou os aglomerados de maiores intensidades na área urbana e o Kernel dual apresentou aglomerados na área urbana e ocorreu uma dispersão para zonas rurais. Esse estudo mostrou o potencial da aplicação do SIG para auxiliar os profissionais de saúde, orientando com maior precisão os locais de controle e vigilância da endemia.

Introdução

A leishmaniose é uma doença causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania. A transmissão ocorre através da picada de mosquitos flebotomíneos, popularmente conhecidos como mosquito palha. Os diferentes aspectos clínicos da doença resultam de infecções de mais de 20 espécies diferentes de Leishmania, transmitidas por mais de 90 espécies de flebótomos, sendo representadas sob duas formas: tegumentar ou cutânea e visceral ou calazar (OMS, 2010; WHO, 2013; 2016).

Estas doenças afetam as populações mais pobres do mundo estando relacionados com a desnutrição, deslocamentos populacionais, precariedade das habitações, sistema imunológico frágil e falta de recursos. Conforme a Organização Mundial de Saúde – OMS (World Health Organization – WHO) é estimada mais de 1,3 milhões de novos casos e até 30 mil óbitos anualmente (WHO, 2016).

A leishmaniose visceral (LV) é predominante em regiões da África, das Américas e Sudeste da Ásia, sendo a forma mais grave da doença, podendo ser letal em até dois anos, caso não seja tratada (OMS, 2010).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013), a leishmaniose faz parte do grupo de doenças tropicais negligenciadas (DTN), ou seja, associada às precárias condições de vida e de iniquidades em saúde. Sendo esta, uma doença de notificação compulsória no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) (BRASIL, 2003).

Devido à incidência e alta letalidade da leishmaniose visceral, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, vêm se tornando uma das doenças mais importantes da atualidade (BRASIL, 2014). Levando em consideração que a incidência da leishmaniose é condicionada as características ecológicas dos vetores, o estudo da sua distribuição no espaço e no tempo se faz necessário.

A epidemiologia estuda os agravos às condições de saúde de populações humanas detectando a relação desta com mudanças nos fatores ambientais, biológicos e antrópicos de um determinado território, ao nível individual ou coletivo. A epidemiologia utilizando as técnicas de geoprocessamento em suas análises, tem se inserido na noção mais ampla de uma ciência, por permitir execução de medidas de prevenção e controle destes fenômenos (ALVANHAN et al., 2001).

Portanto, este trabalho objetivou elaborar mapas temáticos a partir de análises espaciais dos casos de leishmaniose visceral no município de Abaetetuba – PA, no período de 2007 a 2015.

Autores: Brenda Caroline Sampaio da Silva; Clistenes Pamplona Catete; Luís Henrique Rocha Guimarães; Laryssa de Cássia Tork da Silva e Ricardo José de Paula e Souza Guimarães.

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