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Correlação entre variáveis abióticas e biótica em água de abastecimento público em Goiás

Resumo

O comprometimento da qualidade da água pode ser causado tanto por resultado de efeitos antrópicos sobre os ambientes aquáticos, em maior escala, como por fatores naturais, em menor escala. A poluição das águas nas bacias hidrográficas tem, como origem, fontes, dentre as quais se destacam: efluentes domésticos, efluentes industriais e carga difusa urbana e agrícola. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a existência de correlação entre as variáveis abióticas: temperatura da água, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, fósforo total, sólidos totais dissolvidos, nitrogênio amoniacal, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, nitrato e nitrito, e a variável biótica Escherichia coli, de mananciais superficiais utilizados no abastecimento público do Estado de Goiás. Mananciais estes, compreendidos em 14 bacias hidrográficas localizadas em 12 municípios do Estado. Foram utilizados dados de 10 anos de monitoramento, referentes as análises de qualidade da água realizado pela concessionária de saneamento do estado de Goiás. Os dados foram agrupados e tratados pelo programa R para cálculo da correlação de Spearman. As variáveis turbidez, nitrito, fósforo total, nitrogênio amoniacal e E. coli, não se correlacionaram com o pH. O pH apresentou correlação positiva com as variáveis OD, sólidos totais dissolvidos, DBO, condutividade elétrica e nitrato. Os sólidos totais dissolvidos, a condutividade elétrica e o nitrato não apresentaram correlação com a turbidez. O nitrito, o fósforo total, o nitrogênio amoniacal, a E. coli e a DBO tiveram correlação positiva e, apenas OD demonstrou correlação negativa. Os resultados encontrados servem para balizar e ancorar decisões sobre a frequência de monitoramento das variáveis estudadas indicadoras de poluição minimizando os custos com a produção de água tratada destinada ao consumo humano.

Introdução 

Com o crescimento populacional urbano e progresso econômico cresce também a poluição produzida neste processo, e como consequência o comprometimento da qualidade de vida de gerações futuras. Com implicações na degradação dos ambientes naturais. As alterações antrópicas no uso e ocupação da terra decorrente da expansão urbana provocam desiquilíbrios nos ecossistemas terrestres e aquáticos acelerando a degradação ambiental. (TELLES; GÓIS, 2013).

O comprometimento da qualidade da água pode ser causado tanto por resultado de efeitos antrópicos sobre os ambientes aquáticos, em maior escala, como por fatores naturais, em menor escala. A poluição das águas nas bacias hidrográficas tem, como origem, fontes, dentre as quais se destacam: efluentes domésticos, efluentes industriais e carga difusa urbana e agrícola (FIA et al., 2015). Dessa forma, os efeitos das atividades humanas podem ser balizados através da avaliação de parâmetros físico, químicos e biológicos (ALVES et al., 2013), garantido água de qualidade para o abastecimento público.

Os recursos hídricos urbanos são de grande importância para os municípios que têm desenvolvimento econômico crescente e aumento demográfico, sendo que a manutenção da qualidade da água dos mananciais de abastecimento para a população é imprescindível para a saúde e para diminuir o custo econômico (PELÁEZ, 2001).

A segurança hídrica requer o gerenciamento contínuo dos recursos, o qual compreende a avaliação de vários parâmetros de qualidade que servirão de retrato das condições do local de estudo. No entanto, muitas vezes, uma variável analisada isoladamente, pode não representar a real situação do objeto de estudo e não constituirá diretrizes para a tomada de decisões. Por outro lado, um conhecimento amplo e relacionado das características físicas, químicas e biológicas da água da Bacia hidrográfica, e sua comparação com estudos anteriores permitirá identificar os problemas prioritários para o desenvolvimento de ações corretivas e de recuperação do ambiente (PELÁEZ, 2001).

O presente estudo teve como objetivo avaliar a existência de correlação entre as variáveis abióticas: temperatura da água, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, fósforo total, sólidos totais dissolvidos, nitrogênio amoniacal, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, nitrato e nitrito, e a variável biótica Escherichia coli, em mananciais de superfície de abastecimento público do Estado de Goiás.

Autores: Cláudia Alves de Souza; Silvia Moreira dos Santos; Rosana Aparecida Costa; Wedeusleia Alves Oliveira e Paulo Sérgio Scalize.

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