BIBLIOTECA

Aplicação da metodologia de gestão de ativos nas instalações de coleta e tratamento de esgoto

Resumo

A aplicação da Metodologia de Gestão de Ativos nas unidades operacionais das instalações de coleta e tratamento de esgotos oferece a possibilidade de racionalização das intervenções ao longo do ciclo de vida dos ativos de maneira objetiva, auxiliando na tomada de decisão e no planejamento de médio e longo prazo. O método apresenta critérios objetivos que possibilitam a avaliação do tempo restante de vida útil do ativo e do impacto de sua falha no local onde encontra-se inserido. Este impacto é calculado através da relação entre a Probabilidade de Falha (PoF) e a Consequência da Falha (Cof) resultando no Nível de Exposição ao Risco (NER). Este indicador possibilita a priorização das intervenções. A escolha da intervenção define-se através do Estudo de Viabilidade Econômica Financeira (EVEF) para diferentes tipos de intervenções caracterizadas por: recuperação, reabilitação ou substituição e o acréscimo de vida útil que cada intervenção oferece.

Introdução

O setor de saneamento básico nacional encontra-se ainda incipiente em suas ações relacionadas à universalização da coleta e tratamento de esgotos, bem como no abastecimento de água, demandando a execução de obras de infraestrutura principalmente nas regiões economicamente deficitárias como as localizadas no norte e nordeste do país. Segundo o Instituto Trata Brasil apenas 50,3% da população tem acesso à coleta de esgoto e do esgoto coletado apenas 42,67% são tratados. As regiões Norte e Nordeste apresentam o menor índice de esgotos tratados, 16,42% e 32,11% respectivamente. Nos estados mais desenvolvidos da nação alguns municípios atingiram a universalização citada, entretanto ainda há um longo percurso até a universalização se tornar uma realidade palpável. Segundo esta mesma fonte, o custo para a universalização dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto é de 303 bilhões em 20 anos. Este contexto revela a caracterização dos países localizados na periferia do capital onde se pode notar o desenvolvimento combinado e desigual dos estados que compõe a nação. Por um lado, encontramos municípios onde a universalização é uma realidade enquanto, por outro lado, encontramos municípios onde crianças falecem de doenças relacionadas à falta de saneamento básico.

A Metodologia de Gestão de Ativos encontra campo de atuação tanto nas regiões onde se encontra consolidada a infraestrutura para a oferta adequada dos serviços de saneamento básico, quanto para aquelas que demandam de obras para esta consolidação. O foco deste método está no acompanhamento do ciclo de vida do ativo, possibilitando de maneira objetiva a intervenção na ocasião adequada e, quando consolidada, permite responder aos seguintes questionamentos:

• Quais ativos têm prioridade de intervenção?
Qual o tipo de intervenção indicada?
Quando a intervenção deverá ser executada?

A utilização deste método possibilita a alocação assertiva dos recursos destinados às intervenções nos ativos que compõe o sistema de saneamento básico possibilitando o cuidado e o zelo necessário na utilização destes recursos públicos destinados para tal fim.

Autor: Gabriel Minoru Cavalcanti Yoshida.

ÚLTIMOS ARTIGOS: