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Últimos sete anos foram os mais quentes desde 1850, diz agência climática europeia

BRUXELAS e WASHINGTON — Os últimos sete anos foram os mais quentes desde 1850 “por uma margem clara”, sendo 2021 o quinto da lista, de acordo com um relatório da agência climática da União Europeia (UE) divulgado nesta segunda-feira. No mesmo dia, outro informe mostrou que a emissão em 2021 de gases causadores do efeito estufa aumentou 6,2% nos EUA em comparação ao ano anterior.

Outro relatório mostra que os  Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa, aumentaram suas emissões em 6,2% em 2021

Imagem ilustrativa

Segundo o documento do Serviço de Mudança Climática do Copernicus (C3S), a temperatura média global em 2021 ficou entre 1,1°C e 1,2°C acima dos níveis entre 1850 e 1900. Os anos mais quentes já registrados foram 2020 e 2016.

Sob o Acordo de Paris de 2015, os países se comprometeram a tentar limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, nível que os cientistas dizem que evitaria os piores impactos das mudanças climáticas. Isso exigiria que as emissões fossem reduzidas aproximadamente pela metade até 2030.

No entanto, a tendência de aquecimento em longo prazo continua. As mudanças climáticas intensificaram muitos dos eventos climáticos extremos que atingiram o mundo em 2021, desde enchentes na Europa, China e Sudão do Sul até incêndios florestais na Sibéria e nos Estados Unidos.

“Esses eventos são um forte lembrete da necessidade de mudar nossos caminhos, dar passos decisivos e eficazes em direção a uma sociedade sustentável e trabalhar para reduzir as emissões líquidas de carbono”, disse Carlo Buontempo, diretor do C3S.

No caso do CO2, dados provisórios sugerem que suas emissões globais voltaram a crescer 4,9% em 2021 após uma queda temporária no início da pandemia da Covid em 2020.


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Nos Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo — atrás apenas da China —, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 6,2% em 2021 em comparação com 2020, segundo estimativas preliminares publicadas pelo Rhodium Group, uma empresa de pesquisa e consultoria.

Após as emissões terem caído mais de 10% em 2020 — a maior queda já registrada em um ano — durante a quarentena no início da pandemia da Covid, o novo crescimento não é uma surpresa total, já que as atividades econômicas começaram a retornar e as restrições diminuíram. No entanto, essa tendência também mostra que os Estados Unidos não estão emergindo da pandemia com uma economia mais verde.

“O novo crescimento das emissões do ano passado foi menor do que poderia ter sido porque a pandemia ainda causa interrupções e a economia não voltou ao normal”,  disse Kate Larsen, sócia do Rhodium Group. — As emissões ainda estão bem abaixo dos níveis de 2019.

Diversos estudos recentes mostraram que provavelmente os EUA não atingirão a meta climática de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em pelos menos 50% abaixo dos níveis de 2005 até 2030. Em meio a isso, uma análise da Universidade Princeton descobriu que o projeto de lei do presidente Joe Biden chamado Build Back Better (Reconstruindo melhor), se aprovado em sua forma atual, poderia levar o país a atingir a meta, triplicando ou quadruplicando o ritmo das instalações de energia eólica e solar e cortando o uso de combustíveis fósseis.

No entanto, a medida, que prevê US$ 555 bilhões para fazer frente às mudanças climáticas, está no limbo após ser aprovada na Câmara dos Deputados. O senador democrata Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, um voto decisivo do partido, até agora hesitou em apoiar a legislação. Mesmo assim, é esperado que os democratas tentem aprová-lo este ano. Os republicanos, por outro lado, estão unidos na oposição ao projeto.

Os setores de transporte e de energia elétrica impulsionaram o crescimento das emissões de gases do efeito estufa com aumentos respectivos de 10% e 6,6% em 2021, ambos recuperando cerca de 2/3 da queda em relação aos níveis de 2019.

No setor elétrico, os altos preços do gás natural levaram a um aumento de 17% na geração de carvão — o primeiro aumento desde 2014 —, elevando as emissões.

Já o setor de transporte dos EUA, que responde por quase um terço das emissões líquidas do país, registrou o maior aumento nas emissões em 2021, um ano após uma queda recorde de 15%.

O relatório do Grupo Rhodium, no entanto, analisou apenas as emissões de fontes industriais e de energia e não de setores como a agricultura. Também não levou em consideração qualquer aumento nas emissões resultantes dos incêndios florestais de 2021 na Califórnia, no Colorado e no Noroeste do Pacífico, que queimaram milhões de hectares de florestas, liberando para a atmosfera o dióxido de carbono antes retido em todas aquelas árvores.

Na Europa, o verão passado foi o mais quente já registrado no continente, segundo a agência climática da UE. Isso ocorreu após um março quente e um abril excepcionalmente frio, dizimando plantações de frutas em países como França e Hungria.

Em julho e agosto, uma onda de calor no Mediterrâneo provocou intensos incêndios florestais em países como Turquia e Grécia.

A Sicília estabeleceu uma nova alta de temperatura europeia de 48,8°C, um recorde que ainda aguarda confirmação oficial. Em julho, mais de 200 pessoas morreram quando chuvas torrenciais provocaram inundações na Europa Ocidental.

Os cientistas concluíram que as mudanças climáticas tornaram as inundações pelo menos 20% mais prováveis.

Fonte: O Globo (Reuters e New York Times)


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