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Qualidade microbiológica da água utilizada na reconstituição de alimentos infantis utilizados em unidades hospitalares pediátricas da rede privada na cidade do Rio de Janeiro

Resumo: Durante o período de janeiro de 2008 a março de 2009 foram coletadas amostras indicativas de água utilizadas na reconstituição de fórmulas infantis à base de leite em pó, prontas para o consumo, provenientes de lactários de unidades pediátricas de seis hospitais da rede privada localizados no Estado do Rio de Janeiro. Foram coletadas amostras da água utilizada pelos lactários no preparo destas formulações. Todas as análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório particular, localizado no estado do Rio de Janeiro. O resultado das amostras da água utilizada no preparo, apresentaram em torno de 5 (5,55%) com contagens de microrganismos aeróbios mesófilos acima de 500 UFC/ mL e 4 (4,44%) se apresentaram positivas para Coliformes totais. Os resultados apresentados das análises microbiológicas da água utilizada na reconstituição das fórmulas lácteas infantis demonstram a presença de contaminantes microbiológicos que podem oferecer riscos de contaminação as fórmulas infantis reconstituídas podendo assim promover a produção de alguns alimentos não seguros para serem oferecidos aos lactentes. Torna-se necessário a adoção de medidas sanitárias e educativas para evitar a contaminação do alimento durante a sua preparação e os possíveis danos à saúde do paciente.

Introdução: O alimento é indispensável à promoção da saúde do ser humano, em quantidade suficiente para cobrir as necessidades nutricionais básicas e com qualidade higiênico-sanitária. As etapas de transformação, as quais o alimento é submetido para torná-lo apto ao consumo humano, podem contaminá-lo com agentes causais de enfermidades tornando-o veículo de transmissão de doenças (ALMEIDA et al., 2008). As fórmulas infantis são os produtos na forma líquida ou pó destinados à alimentação de lactente, sob prescrição, em substituição total ou parcial do leite humano, satisfazendo às necessidades nutricionais desse grupo etário (BRASIL, 1999). No Brasil, as fórmulas infantis são comercializadas em forma de pó e acondicionadas em latas. Estes produtos são preparados acrescentando-se medidas do produto à água previamente fervida e resfriada (BABY CENTER BRASIL, 2009). Por isso, é fundamental manter a inocuidade da água e do alimento que serão utilizados, visto que os indivíduos que irão consumi-la são crianças e pacientes debilitados (SANTOS, 2006). As fórmulas infantis em pó, que não são estéreis, têm sido implicadas repetidamente com veículo de infecção para crianças. A Organização mundial da saúde publicou guias de orientação de segurança na preparação, manipulação e estocagem de fórmulas infantis (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). A contaminação de fórmulas nutricionais, incluídas as fórmulas infantis usadas como substitutas do leite materno, tem sido implicada na etiologia das infecções de origem hospitalar, especialmente quando administradas a pacientes imunocomprometidos como recém-nascidos (NIENOV et al., 2009). O lactário é a unidade de alimentação que atende recém-nascidos e demais pacientes hospitalizados que necessitem receber fórmula infantil em mamadeira. Os lactentes apresentam maior vulnerabilidade às complicações causadas pelas doenças de origem alimentar devido à situação de enfermidade e hospitalização em que se encontram e pela imaturidade do aparelho digestório e imunológico. Por isso, este local deve receber atenção especial quanto às atividades desenvolvidas com destaque aos procedimentos higiênico-sanitários adotados como rotina na elaboração das fórmulas infantis (TRINDADE, 2006). A qualidade da água é vulnerável às condições ambientais a que está exposta. Assim, os tipos de microrganismos encontrados são determinados pelas condições físicas e químicas que prevalecem naquele ambiente, a água pode ser fonte potencial de contaminação microbiológica no ambiente hospitalar (LIRA, 2007). Microrganismos patogênicos que sobreviveram ao processo de secagem podem estar presentes no leite em pó sendo uma ameaça à saúde do consumidor. Dentre esses microrganismos destacam-se: Salmonella, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Enterobacter sakazakii (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, 2001). As fórmulas infantis em pó a base de leite têm sido relacionadas com surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), ocorridos principalmente em ambiente hospitalar, onde esse tipo de alimento é frequentemente administrado às crianças internadas (ROSSI, 2007). Para garantir a inocuidade do produto final faz se necessária à integração entre saúde e higiene do manipulador do alimento, a higienização correta de utensílios, a utilização de água potável e o uso de matéria- -prima de qualidade proveniente de fornecedor confiável. Assim, o objetivo do presente trabalho foi de avaliar a qualidade microbiológica das águas utilizadas na reconstituição de fórmulas lácteas infantis oferecidas para lactentes de unidades hospitalares e da água utilizada na formulação destas fórmulas lácteas, de acordo com a Resolução RDC nº 12 de 2001 da ANVISA (BRASIL, 2001).

Autores: Eliane de Souza Paiva; Kátia Eliane Santos Avelar; José Teixeira de Seixas Filho; Silvia Conceição Reis Pereira Mello e Fabiane Toste Cardoso.

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